Vagabundo, com muita honra. No sentido figurado. De vadiar e de brincar. De estar bem sossegado. Às minhas custas, é claro. Com o dinheiro do Erário. Na forma da lei vigente. Que foi feita no Congresso. E depois sancionada. Pelo próprio presidente. Hoje sou aposentado. Com salário integral. Na forma do combinado. À vista e sem fiado. Participei de um concurso. Como qualquer cidadão. Na forma da nossa Carta. Fui muito bem colocado. Assim ingressei no Estado. Sem pedir favor algum. Durante anos a fio. Bons serviços eu prestei. Vinte e poucos anos tinha. Era moço e com saúde. Muito sangue derramei. Muito dinheiro paguei. Para a nossa Previdência.
Dez por cento, aproximado. Sobre todo o vencimento. E tudo que mais havia. Até a gratificação. Quando em cargo de chefia. Assim, quem ganhava quinhentos. Cinqüenta já descontava. Vencimento de dois mil. Duzentos se retirava. E assim foi mês a mês. Foram anos de serviço. Trinta e cinco no meu caso. Sem nunca faltar um tostão.
E agora vem o governo. Repetindo a ladainha. De governo reprovado. Pretende que o inativo. Seja de novo garfado. Passe a pagar novamente. Para ser aposentado. Com a desculpa antiga. E muito mal explicada. Mas a culpa não é nossa. A verdade é aparente. É desculpa esfarrapada.
Falta fiscalização. Assim o dinheiro é roubado. Ninguém aponta o culpado. Nada é recuperado. E cresce a corrupção. Recursos são desviados. Pra outra finalidade. Até para pagar juros. Da dívida eternizada. Cumprindo meta acertada. É assim que o buraco cresce. O saco fica sem fundo. E o rombo logo aparece.
Estão enganando o povo. Na verdade a Previdência. Não está com esse rombo. É questão de arrumação. Vamos dar a explicação. Retirada do orçamento. Do ano de 2001. Conforme disse o Correio. Ano em que o déficit. Como foi anunciado. Chegou a doze bilhões. Sendo que do orçamento. Fazendo a soma ligeira. Da aposentado rural. Que não contribui com nada. Mais a renda mensal vitalícia. O total dá dezesseis. Ainda sobrou dinheiro.
Basta que o governo faça. O que sugere o economista. Aquele especialista. Cujo nome é Velloso. Fazendo a conta correta. Basta tirar dessa conta. Dois benefícios criados. A renda dos vitalícios. E também dos ruralistas. Pois segundo o especialista. São despesas do orçamento. De assistência social. Que atrapalha o fechamento. Das contas da Previdência. Aí está todo o mal.
Engana-se o presidente. O aposentado não tem culpa. É erro de avaliação. Arranha a Constituição. Depõe contra o presidente. Que afinal só foi eleito. Para mudar o nosso Brasil. Fazer tudo diferente. E não meter sua mão. Direto no bolso da gente. O Robin Hood às avessas. Tirando de quem é mais pobre. Do inativo, dobrado. E dando pra quem tem mais. O dinheiro do aposentado. .
