Diz-me o vento que és princesa
de uma terra perdida,
mágoa acumulada,doce subtileza,
fada, linda madrinha.
Para mim, és anjo feito sangue,
cálice da paixão!
Num momento exangue,
deixas-me em transe,
coroas a minha perdição.
Que me dizes, dona fatal?
segregas veneno letal,
ou és comum mortal?
Sou uma mulher ferida,
choro por não amar,
rio para sublimar
a cor do firmamento
a vontade e o alento...
Tenho saudades do tempo:
da flor viçosa,
da frecura do jardim,
de quando estavas em mim...
Façamos então magia
retrocedamos as horas,
vivamos a nossa orgia!
Mas já não me imploras...
Já metamorfoseei,
sou espectro do que fui,
de mim, já não sei!
Mesmo assim, princesa,
anjo da minha condição,
tu és toda pureza,
Verdadeiro quinhão,
abandona-te no meu calor...
Eu sou o teu Sansão
Tu a Dalila do ardor!
Elvira:)
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