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Cronicas-->Vida? -- 31/05/2003 - 18:16 (LuRomana) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O ideal talvez seja permanecer sempre só...
na minha enorme, impenetrável e confortável redoma
os sentimentos são tão extremos, tão terrivelmente destruidores
Odiar dói, amar dói.... Enfim, sentir dói... de uma maneira tão cruel e intensa, que chega a me assombrar...
E a entrega a alegria tola, simples, faz-me sentir superficial, vazia...
Nasci para sofrer? Não... Tenho horror ao sofrimento... Não suporto a dor...
E por isso fujo da vida... Em todos os momentos.
O que esperar??? É difícil saber... apenas escrevo... não me aproximo, contudo, nem um pouco de ser uma escritora. Confesso que já tive essa ingênua ilusão. No entanto, sou apenas capaz de fazer longos desabafos, descrever anseios, medos, alguns sonhos, fantasias trágicas ou maravilhosas que nutrem minha imaginação de forma doentia. Tento me enganar formulando planos, que no fundo sei que não darão certo, que não se concretizarão da maneira como gostaria. E a dor permanece, como que dilacerando impiedosamente meu coração e minha alma... uma terrível vontade de chorar é a única coisa que me resta, mas não choro mais... aprendi de tal forma a contornar as lágrimas que até me surpreendo... sou capaz de sorrir quando estou completamente destruída por dentro... preciso fingir que estou bem, encaixar, pelo menos um pouco, ao resto do mundo... Assumir o que sou realmente seria como me defrontar frente a frente com o sarcasmo de uma sociedade egoísta e cega, que, com sua ignorante e vil arrogància, busca destruir aquele que foge ao estereótipo ditado por ela como "normal".
Disso tudo posso concluir...
agora posso concluir....
Tenho sentimentos extremos dentro de mim que me fazem sofrer, e que de uma certa forma me tornam completamente paradoxal, entre a alegria e a tristeza, que jazem em pólos opostos, ambas igualmente avassaladoras... Preciso desesperadamente ter confiança, sentir-me segura, em tudo. Se me envolvo em algo, sempre me entrego, independentemente de minha vontade... Portanto, se algo der errado, sei que será como arrancar até a minha última gota de sangue... Com esse conhecimento, percebo que não posso ter nada, pq não suportaria perder... Assim, permaneço confortavelmente em minha fria e segura redoma.
Eis que surge minha grande dúvida. Pq viver assim? A morte pode ser a mais sensata solução. Contudo, despontará aqui mais um de meus defeitos. Simplesmente deixo que a covardia e uma grande inércia me impeçam de consumar este último ato. E... assim tudo continua...


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