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Poesias-->Caniço pensante -- 08/12/2004 - 00:33 (E.L. Kamitani) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Caniço pensante



“Pelo espaço, o universo me compreende e me engole como a um ponto: pelo pensamento eu o compreendo (abarco)” PASCAL

“Se ele se gaba, eu o rebaixo

Se ele se rebaixa, eu o gabo.

E o contradigo sempre.

Até que ele compreenda

Que é um monstro compreensível.” PASCAL



A vida passa por aqui

Li isso num outdoor

A vida mísera compõe um canto sereno

Seremos perenes prisioneiros,

Afoitos, fugindo da escuridão?

Num momento de desespero pleno, descreveremos

Analiticamente as possibilidades imensas

Do vazio. Esse ar de Finnegans Wake,

Volátil como gases torpes, infundem em

Meu ânimo o brilho astuto de um campeão.

Serei herói em minha tribo, minhas odes

Serão transformadas em feitiços por obscuros

E terríveis xamãs.

O espírito irrequieto- uma poça de sangue e petróleo

Transforma a lua em profano holofote.

Teatro do absurdo: nossas armas declamam paz,

As pombas ditam o ritmo das armas- todos os braços

Abarcam o mundo.

Solidariedade solitária: informo ao planeta Terra onde escondi

Os tesouros do universo. Meus relatos,

Á la Lemuel Gulliver, destorcem a realidade, cultivam,

Nos férteis planos da ilusão, a encantada proposta de fuga.

A paixão amargurada não purifica. Os brados de fúria, enlatados,

Não dizem nada mais que a nossa condição de míopes.

Mestre Emerson, Pascal ou Montaigne nada disseram

Sobre a vida seca e árdua do século XXI. Ninguém,

Ninguém mesmo disse ou dirá ou diz que a concreção

De todos os sonhos resulta em falência de ideais.

Na pele sulcada, nos vincos da experiência, vozes anciãs

Despertam o animalesco potencial, as severas forças de nosso ego.

A inconstância, a irrelevância ou mesmo as formas reduzidas de se viver

Não nos livrará de nossa responsabilidade. Temo por nosso

Século, nosso século voraz por recursos naturais.

Temo por todas as almas (inclusive a minha).

Nosso mundo de aparências, de embalagens, de magreza, de padronizações,

Nosso cansado universo hedonista lamenta.

Vulgar, simplesmente vulgar:

Estamos condenados a ver, ouvir, experimentar, comer e sentir as mesmas coisas

De sempre, eternamente. Rastro monótono de pontos flutuantes, nosso céu

Cobre de glórias, os humildes casebres da metrópole (ah urbe fenecente!).

No sorriso das musas, no calor dos seios da tórrida amante

Estará a nossa salvação,

Distante salvação é esquecer o mundo.



(Eder Luis Tomokazu Kamitani)



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