O homem do Grão-Pará
Agora me deixa contente
Depois de alguma demora
Ele chega bem potente
E nem tira a espora
E logo pega a viola
Como fez antigamente
Egidio, meu caro mestre
Eu não vim para brigar
Não estou a sua altura
Nem viola sei tocar
Quem tá no mar quer marola
Ligo a minha radiola
Vamos ver quem vai dançar?
Já falei que sou novato
Mas não mereço apanhar
Do Cordel eu gosto muito
E não é pra te agradar
Na vida tem muito espinho
Eu chego devagarinho
Não quero me esfolar
Também sou aposentado
Também não tenho vintém
Não irei lhe daar um mote
Pois tu sabes muito bem
Eu sou filho do nordeste
Eu não sou cabra da peste
Mas não fujo de ninguém
No tema que escolheres
Sejas bem contraditório
Mas quem manda é você
Sei que és bom de repertório
Aqui vou muito aprender
Pensanddo em ti responder
Ou cantar no seu velório
Que ao final se registre
Com toda sinceridade
Pasado o século vinte
Em plena luz da cidade
Dois caras batendo boca
Numa poesia bem louca
Ligados na pura amizade