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Cronicas-->Diabete -- 23/10/1999 - 12:00 (Renato Rossi) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Diabete
Renato Rossi em 20.10.1999

Hoje em dia todo mundo é diabético. Não me refiro
ao tipo 1 que exige heroísmo e disciplina. Falo
desta diabete que surge não se sabe de onde e
fica para sempre. Está virando uma praga. Não dá
nem para fazer um charme e contar como a bola
atrás da orelha estava crescendo, crescendo,
virando uma infecção dos diabos quando o médico
identificou. Não posso me esquecer. Não era o meu
médico mas um mero substituto. Não sem um certo
prazer ele declarou:
--- Diabete .

Claro que a produção brasileira de leite
condensado deverá cair um pouco por falta de
demanda, mas o que fazer?

O fato concreto é que todo mundo hoje é
diabético. A gente sai na rua todo contente com
uma taxa de glicose entre cem e cento e vinte e
cinco, achando-se muito disciplinado e
persistente por ter conseguido controlar a
maldita, sem cerveja, branquinhos e chocolate.
Quando vai contar que agora está sob controle,
mas quando foi diagnosticada estava em quase
quatrocentos. Imagine Quatrocentos. Aí vem um
gaiato na roda de amigos e conta outra história.

 A minha foi muito maior, chegou a quinhentos
 Quinhentos? Isto não é nada, a minha estava em
setecentos e trinta. Setecentos e Trinta e eu lá,
firme. Até que me disseram que nunca mais poderia
beber cerveja, que arroz com molho devia ser
evitado e polenta frita, nem pensar. Ai eu
desmaiei.

Este não é o meu caso, que desmaiar é coisa de
boiola e não há nada pior que diabético boiola.
Não toma nada, não bebe nada e fala o tempo todo
na taxa de glicose.

Pior é o encontro de dois diabéticos

 Tudo bem? Como está a taxa?
 Tudo bem, mas não consigo controlar, vou ter
que voltar ao regime e às caminhadas

 Quanto você anda?
 Meia hora, todo dia
 É, eu também.

Vejam como o papo é interessante. Depois um
pergunta para o outro quais os remédios que está
tomando. O outro responde com detalhes, inclusive
descrevendo os efeitos colaterais. Os menos
educados demonstram os efeitos, mas estes são
mais raros. Há ainda os que trazem remédios de
Miami. Muito melhores.

Claro que não há diabético pobre pois com o preço
do adoçante e das demais frescuras, fica difícil.
Como não ando numa fase exatamente rica, estou
pensando em entrar na justiça e requerer uma
dispensa temporária da diabete. Impossível comer
peito de frango e bife na chapa com a renda
atual. O alface hidropónico então, nem pensar. A
sucralose está pela hora da morte. Não há juiz
que não conceda. A menos que a causa seja
distribuída para um Lalau destes que constróem
tribunais. Aí ele vai achar que é frescura, dizer
que eu devia comprar o adoçante em Miami e não
sei que mais.

Como? Não pode pedir dispensa de diabete? Nem se
o juíz deixar? O Juíz não concede este tipo de
dispensa.

Então tá, mas eu não podia deixar de tentar.
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