Fico abismado , Ã s vezes, quando noto a abundància de textos na internet ,o excesso de livros nas livrarias, a fartura de "mesas redondas" nas emissoras de tevê discutindo sobre a esfericidade da bola, no futebol, ou a conveniência de se jogar na base do 3-5-2 ou do 3-4-3, as entrevistas sobre futilidades diversas etc. Como perder tempo sobre tantas inutilidades, pois ninguém é um poço sem fundo para guardar ou pensar em tantas baboseiras. Veja esse negócio do futebol. Desde menino acompanho a movimentação esportiva , sabendo de cór a escalação de alguns times da época ou me lembrando do nome de muitas jogadores. Para que isto me serve ? Hoje, parece, não guardam tanto os nomes dos jogadores (também a quantidade é imensa !), mas cogitam do número de gols marcados, das vezes que foram convocados, dos torneios disputados etc., como se isso fosse muito importante.
Não é só de futebol que as mentes são alimentadas inutilmente, mas também da música, com uma enxurrada de cantores e conjuntos musicais de maneira que, discorrer a respeito somente o sabem poucos iluminados. E que dizer da moda, com os seus desfiles "fashion", com roupas que ninguém pode usar, servindo apenas para exibir os corpos das modelos, tidos como belos ? E das novelas , dos filmes, dos noticiários sobre crimes e violência ? Tudo isso não é uma cultura inútil ? Estamos recebendo diariamente avalanche de informações desnecessárias, algumas até perniciosas que somente deveriam constar de reservados relatórios policiais, jamais divulgados para o grande público pois ensejam imitação por mentes doentias. Exemplifico com o caso do índio Galdino em que jovens de Brasília atearam fogo. Posteriormente a essa notícia fatos semelhantes tornaram a ocorrer. Recentemente menina de 10 ou11 anos, na Baía, procura envenenar o pai com veneno de rato. Qual o interesse ou a vantagem de se divulgar tal notícia ? Espero que não sirva de motivação para outros pais serem envenenados. E o rapaz de Taiuva que entrou na escola atirando e se suicidou ? Não teria buscado inspiração em acontecimentos semelhantes ocorridos nos Estados Unidos e amplamente divulgados?
Estamos cultivando inutilidades justificando-nos ou pela necessidade de lazer (isso seriam banalidades que não nos afetam) ou de conhecer tudo, encontrando-nos tinindo para informar sobre tudo que acontece , desde as dolorosas tragédias que ocorrem no Oriente médio e demais partes do mundo até as competições esportivas européias, não deixando de lado o inefável rali Paris- Dacar ( onde este ano morreu apenas o co-piloto francês Bruno Cauny de 48 anos) , as corridas de fórmula 1, Indi, esportes radicais desprovidos de qualquer perigo etc....
Não seria o momento de se pensar em intensificar a divulgação da verdadeira cultura, aproveitando a imbatível dupla televisão-computador ? Quando descobriremos que precisamos nos aprofundar nos conhecimentos religiosos-filosóficos e compreender racionalmente, não apenas pela fé, a verdadeira razão de viver ?