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cronicas-->Para meu Pai -- 11/08/2000 - 09:41 (Maurício Cintrão) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Pai,
Outro dia, à noite, no silêncio da escuridão, enquanto vistoriava os quartos para ver se estava tudo bem - e estava tudo bem, tudo muito bem - senti por alguns momentos que olhava meus filhos com seus olhos, amando a todos como você me amou. Senti que estava mais perto de você.
"Óóóó, si mi alembro!", você falava brincando. "Um dia você ainda vai dizer que eu tinha razão. Pode ser até que eu já nem esteja aqui. Deixa chegarem seus filhos. Você vai dizer: é, o Francinha tinha razão". Você vivia dizendo isso.
Tenho uma família do tamanho da que você teve. Dois meninos (como eu e o Beto), duas meninas (como a Suely e a Mónica). Minha mulher é companheira como a Iza foi para você: doce, gentil, firme e determinada. Mãe que vai ensinar as filhas a serem mães, que vai ensinar os filhos a serem pais.
Você me ensinou a amar com todos os preconceitos, falível, com dúvidas, medos e fraquezas. Ensinou que não há amor incondicional, ódio irreversível ou erro que não se repare, que não há desafio impossível. É só jogar limpo e lutar, lutar, lutar. Se não der certo, tudo bem. Pelo menos a gente tentou. Outro desafio vai surgir...
Meus filhos e minha mulher dormem. E eu fico aqui com os olhos molhados, meio com medo que alguém acorde e me pegue chorando, como você deve ter feito tantas vezes.
Talvez você tenha sentido um momento parecido com esse e pensado que o vó Sebastião, seu pai, poderia ter visto aquela sua gente bonita dormindo.
Ele não póde ver seus quatro filhos ao seu lado como você não pode estar aqui, comigo, namorando essa minha gente bonita.
Mas o coração barulha de saudade e, como se você estivesse ao meu lado, me pego falando baixinho para não acordar ninguém:
"Pois é, pai, você tinha razão!".
Um beijo,
Balu.

Maurício Cintrão
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