Assisti essa obra-prima do cinema mundial. Há alguns meses atrás escrevi uma sátira sobre a vida infernal e acredito que-dentro daquele contexto- , O Senhor dos Anéis esteja sendo aguardado com ansiedade naqueles medonhos salões de cinema infra-terráqueo .Pois, é grosseiramente cansativo para se ver (cerca de 3 horas) e horroroso na barulhenta parte sonora. Pode ter alcançado os maiores sucessos de bilheteria no mundo inteiro e os melhores elogios da crítica especializada, mas para mim, esse grandiloquente fato confirma aquele insuperável ensinamento de que o número de estultos é infinito. A crítica especializada chega a elogios máximos , exaltando a saga de personagens míticos do país dos hobbits, elfos e orgs e nos admiramos como são capacitados a escrever maravilhas de coisas ficcionais tão péssimas.
O Harry Potter, que comentei na semana passada e disputa a poli position de ruindade, é acentuadamente melhor porque é mais curto, tem enredo mais leve, fotografia mais clara, embora também de contexto totalmente absurdo. Tenho pena dos nossos adolescentes que praticamente são obrigados a assistir tais filmes pela força impulsionadora da mídia, desprovida de senso crítico louvável e "trabalhada" pelos lobbies económicos. Não estou fazendo crítica da tecnologia do filme em si, que usa métodos avançados de computação e montagem com miniaturas, mas não posso deixar de lastimar que na longa produção, mais da metade dela ocorra em ambientes sombrios, evocando as cavalgadas dos grandes westerns de Hollywood . Ao que parece, a produção do filme se inspira naquelas monumentais e embatíveis obras clássicas do cinema americano onde pontificavam Cecil B.de Mile, Henry Ford e outros mestres da sétima arte. Mas, admirando-se a montagem dessas batalhas equestres, lastima-se que ocorram em ambientes sombrios, com personagens monstruosos, embora seguindo a lenda da narrativa.
Essas horrorosas aventuras estão programadas para continuarem em dezembro de 2002 e fins de 2003. Diz a mídia que esses filmes já estão prontos, tendo sido gastos para tal, cerca de 450 milhões de dólares.
Quando se toma conhecimentos de fabulosas despesas com grandiosidades completamente inúteis, é fácil concluir porque aumentam a miséria e as tragédias do mundo. E´ oportuno, pois, que pais e mães de famílias advirtam os jovens filhos e netos sobre o estrondoso filme Senhor dos Anéis : trata-se de espalhafatosa obra de ficção, de péssimo gosto, inconveniente pela violência das ações e desagradável no contexto geral (salvo para os amantes dos video-games violentos, bizarros, sombrios, rock da pesada etc). Mas, se não resistirem à convocação da mídia, tenho certeza que me darão razão quando, no meio do espetáculo, cansarem de ver aquela luta de espadas de uns nove heróis franzinos, eliminando dezenas de monstros e seres enormes, protegidos por couraças e elmos metálicos! Os "entendidos" dizem se tratar de fábula, mas vá se conhecer estórias mais desconexas, inverossímeis e tolas do que as apresentadas pela mega-produção!