As minhas pequenas férias terminaram. Foram dias que coloquei de lado todas as ocupações e preocupações rotineiras para viver aqueles momentos incomuns , diferentes. Gostei desse afastamento, mas como os pensamentos são contínuos, reflexões pulularam de todos os lados e, apenas de leve, vez ou outra, me quedava em encará-las. Como alimento a idéia de escrever , passando mensagens que entendo oportunas, muitas vezes, também aflorava o pensamento da inutilidade de tal mister. Quem nos lê ? Para que escrever ? Os jovens querem se comunicar com outros jovens e o país, dominado pela juventude, apenas tolera os mais velhos, os respeitam, principalmente, se estão bem posicionados na vida e eles, jovens, forem aquinhoados, por uma boa educação.
Mas acontece que a grande maioria dos jovens vive em labuta dramática, pois a renda per capita do país é baixa e assim o trabalho educacional existente não é alcançado ou deixa muito a desejar. Desta forma , geralmente, os idosos são marginalizados e os jovens pouco se interessam pelas atitudes deles, opiniões e até mesmo existência. Cansamos de escrever sobre o lado negativo gerador da violência e da criminalidade. Encaramos agora, ligeiramente, o lado das necessidades ou conquistas sociais que justificam as razões de viver. Daí aquelas duas indagações feitas acima, pois os jovens contemporàneos, minados pelo surto de consumismo, que a mídia não cansa de estimular, perderam a noção dos valores fundamentais que enobrecem a vida humana. Tudo se resume em ganhar dinheiro para usufruir de todos os bens materiais desde o automóvel ( haja marcas sofisticadas e caras !) até a interminável lista dos eletrodomésticos que pode ser encerrada com o popularíssimo celular.
Os cursos universitários, inclusive, padecem dessa influência nociva de consumismo. Discute-se, para ganhar dinheiro, se é melhor ser médico ou advogado, estudar engenharia nas suas múltiplas variações, optar pela informática ou pelos inominados e variados cursos que nem chego a listar. Essa a abordagem que a juventude pretende encontrar diante dos olhos. Os conselhos sobre moralidade, religião em seus diversos desmembramentos parecem não interessar mais, eis que a avidez é apenas no sentido de encontrar meios e recursos para obtenção de bens materiais. Portanto, retornando dessas pequenas férias, espero disciplinar melhor o meu tempo, reencontrando o caminho das leituras que permitam coordenar pontos diversos e sejam capazes de unificar entendimentos com absoluta clareza. Assim, poder continuar desempenhado da melhor forma à tarefa a que nos dedicamos.