Chico da Livro 7, pediu-me para falar sobre a Revista Ranhura" em seu no. 1, editada em setembro deste ano, iniciativa esta, que conta com seu apoio cultural, nestes 20 anos de trajetória e bons serviços prestados pela Livro 7 Ã comunidade leitora.
Lendo os escritos, quer em prosa, quer em verso, contidos na Revista, só posso ratificar sua alta qualidade poética, o seu conteúdo diversificado. Nomes ligados ao mundo intelectual de Campina Grande e da Paraíba engrandecem a Revista, com seus substanciais trabalhos.
Ressalte-se a polivalência do ensaísta, contista e estudioso da cultura popular, prof. Átila Almeida, em "Nada a Dizer", disse muita coisa; "O Pássaro Inquieto" e a transcendência do silêncio do poeta José Edmilson Rodrigues; O "vício Enlouquecido e o Delírio" da poeta Fidélia Cassandra; o poema pós-moderno e silogístico do psiquiatra Edmundo Gaudêncio; a suspeição e o nomadismo do ser refletido no espelho, do poeta José Valdecy Nabude; a sapiência do popular de Nivaldo Amador; o cosmopolitismo e sincretismo afro-brasileiro do filho de xangó, Benedito Antonio em "Zé Lacraia"; o "Fenix-eternidade" de José Marques em "Lampejo";"As cachoeiras do André", do poeta Félix Araújo Sobrinho; os "limites humanos..." do poeta João Mendes Cunha; A "Outra" do poeta Edson Costa Pereira, [que não é triàngulo amoroso e sim sua calculadora]; Enfim, o grande humanista, médico e poeta Everaldo Lopes, com o respeito à finitude e o "Depois" - um escrito existencialista e intimista - no qual coloca a nu, a profunda solidão humana. Outros nomes significativos também compõem a Revista.
A Revista Ranhura é uma iniciativa lítero-cultural das mais dignas de apreço, que só virá contribuir com a divulgação da produção intelectual de nossa cidade e alhures, onde há interessados no mundo das letras e das idéias.
A Revista, como diz na sua introdução, não caíu no goto do público para engasgar, e sim foi plenamente ingerida e absorvida pelo seu conteúdo existencial, humano e social. Estão de parabéns os idealizadores e realizadores da Revista, neste número um. A revista não apenas arranhou, como sugere o título, mas penetrou em questões fundamentalmente humanas e sentidas.
