O verão acabou. De minha janela olho as árvores com suas folhas amarelas. Meu coração traz lembranças de alguma praia distante onde deitei na areia e adormeci. Em Amsterdã o dia já está mais curto e os turistas se despedem de suas férias. Minha vida segue normal; sem muitas surpresas, sem dramas. Bush quer uma nova guerra: " Saddam Hussein tem que desaparecer". Na Espanha os imigrantes africanos continuam morrendo afogados na tentativa de chegar à Europa. Na Inglaterra o crime sexual contra crianças cresce diariamente. Os europeus reclamam sobre o alto preço e apesar do Euro ter se fortalecido a inflação continua subindo. No Brasil uma nova eleição para a presidência. Esperanças, são muitas. Resultados, saberemos em breve.
Diante de minha vida sem muitas surpresas, pergunto-me com certa ingenuidade: " Qual é a minha participação objetiva e prática em tudo isso?"
Sem respostas, continuo meus dias integrados em meus sonhos, desejos, esperanças, temores, inspirações etc.
Não é assim que cada um de nós tenta encontrar em nossa individualidade a razão de sermos felizes?
E agora que o outono levemente se aproxima, penso no calor do Brasil, uma cervejinha na praia e minha única alienação.