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cronicas-->O Grande Jequitibá Rosa -- 13/06/2000 - 18:30 (Carlos Delphim Nogueira da Gama Neto.) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O Grande Jequitibá Rosa.


Por mais caótica que seja a situação do povo e do país. Por mais que proliferem os assuntos relativos à podridão nas esferas públicas. Por menos que se tenha a comemorar. Sempre haverá algo, alguma atitude, um ato de amor para que saibamos que nem tudo está perdido. No noticiário televisivo de ontem, num raro momento de boas notícias, um ato de amor à natureza, uma demonstração de fé, dedicação plena àquilo em que se acredita. Pesquisadores na área da botànica estão conseguindo fazer brotar do último remanescente dos milenares jequitibás, mudas que poderão fazer voltar ao nosso solo esses velhos moradores. Este último, solitário e teimoso sobrevivente, tombou vítima de um incêndio criminoso. Completava ele o seu primeiro milênio de existência quando aqui aportaram os portugueses descobridores destas benditas e generosas terras.
Num ato de amor, de fé na natureza e, em seus conhecimentos, estes cientistas estão conseguindo fazer voltar à vida os vetustos jequitibás através de pequenas áreas sobreviventes no corpo deste último moribundo gigante de nossas devastadas florestas.
Meu coração exultou de alegria ao saber da notícia. Exultou ! Tanto quanto chorou ao vê-lo pela televisão, no ano passado, moribundo com o fogo lavrando em seu interior, levando-o irremediavelmente à morte.
Naquela exaltação, naquele halo de alegria em que fui envolvido, ressurgiram as lembranças da escola primária, os livros de leitura e dentro de um destes aquele título: "A Árvore Jequi ".
Contava a história de um garoto citadino que vai passar as férias escolares no interior e descobre-se ignorante ao ver mencionado aquele nome de um habitante da floresta do qual jamais ouvira falar. E que mais tarde descobre ser a forma local de tratamento dada a um velho jequitibá.
Quase um mês depois, volto aqui e retomo os escritos para lhes falar de algumas dúvidas que persistem.
Ao lembrar-me da " Árvore Jequi ", saí em busca de meus contemporàneos para saber deles em que livro de leitura estava este título. E, sabem da melhor ? Ninguém se lembra de ter lido a historieta da qual me recordo. Recorro aos mais velhos e, também nada ! Pergunto aos mais novos e ninguém jamais ouviu falar.
Tento não desistir e levanto a possibilidade de ser parte de algum livro que não fosse o de leituras. Talvez, algum daqueles livros de Madame Leandro Dupré. Que nada ! Nem assim consigo ajuda.
Já estou começando a crer que seja obra de minha mente fantasiosa daquela época. Quando eu perdia aulas inteiras, simplesmente viajando. Viajando em meus sonhos de menino e de adolescente. Programando as explorações que seriam feitas nas férias, no Perequê; de jangada.
E, realmente eu era um sonhador. Mas, me recordo agora que não estava sozinho. Havia um companheiro, naqueles tempos de colégio interno, que lia as mesmas aventuras, sonhava e, como eu se programava para as aventuras de suas férias, em Inhumas ( Goiás ).
Nós nos sentávamos entre os altos galhos dos " ficus " nos fundos do Liceu para lermos nossos livros de aventuras. Trocávamos impressões e projetos de explorações futuras.
E, sabem como é que eu me lembrei do Renato, esse amigo ?
Foi procurando entre meus livros antigos, pelo texto sobre o jequitibá, que encontrei uma carta dele. O Renato saíra do Liceu e não iria mais voltar a estudar ali, em São Paulo, ficaria lá por Goiás.
E eu, à mesma época, também saí daquele colégio. Meu pai atendera a uma solicitação da diretoria, para minha saída expontànea.
Aquela carta ficou perdida durante quase quarenta anos por entre as páginas de um livro infantil nunca relido. Mas, releio a carta com um aperto no coração e um sentimento de culpa por não tê-la respondido.
As voltas que o mundo dá, podem ser surpreendentes !



O Grande Jequitibá Rosa.


Por mais caótica que seja a situação do povo e do país. Por mais que proliferem os assuntos relativos à podridão nas esferas públicas. Por menos que se tenha a comemorar. Sempre haverá algo, alguma atitude, um ato de amor para que saibamos que nem tudo está perdido. No noticiário televisivo de ontem, num raro momento de boas notícias, um ato de amor à natureza, uma demonstração de fé, dedicação plena àquilo em que se acredita. Pesquisadores na área da botànica estão conseguindo fazer brotar do último remanescente dos milenares jequitibás, mudas que poderão fazer voltar ao nosso solo esses velhos moradores. Este último, solitário e teimoso sobrevivente, tombou vítima de um incêndio criminoso. Completava ele o seu primeiro milênio de existência quando aqui aportaram os portugueses descobridores destas benditas e generosas terras.
Num ato de amor, de fé na natureza e, em seus conhecimentos, estes cientistas estão conseguindo fazer voltar à vida os vetustos jequitibás através de pequenas áreas sobreviventes no corpo deste último moribundo gigante de nossas devastadas florestas.
Meu coração exultou de alegria ao saber da notícia. Exultou ! Tanto quanto chorou ao vê-lo pela televisão, no ano passado, moribundo com o fogo lavrando em seu interior, levando-o irremediavelmente à morte.
Naquela exaltação, naquele halo de alegria em que fui envolvido, ressurgiram as lembranças da escola primária, os livros de leitura e dentro de um destes aquele título: "A Árvore Jequi ".
Contava a história de um garoto citadino que vai passar as férias escolares no interior e descobre-se ignorante ao ver mencionado aquele nome de um habitante da floresta do qual jamais ouvira falar. E que mais tarde descobre ser a forma local de tratamento dada a um velho jequitibá.
Quase um mês depois, volto aqui e retomo os escritos para lhes falar de algumas dúvidas que persistem.
Ao lembrar-me da " Árvore Jequi ", saí em busca de meus contemporàneos para saber deles em que livro de leitura estava este título. E, sabem da melhor ? Ninguém se lembra de ter lido a historieta da qual me recordo. Recorro aos mais velhos e, também nada ! Pergunto aos mais novos e ninguém jamais ouviu falar.
Tento não desistir e levanto a possibilidade de ser parte de algum livro que não fosse o de leituras. Talvez, algum daqueles livros de Madame Leandro Dupré. Que nada ! Nem assim consigo ajuda.
Já estou começando a crer que seja obra de minha mente fantasiosa daquela época. Quando eu perdia aulas inteiras, simplesmente viajando. Viajando em meus sonhos de menino e de adolescente. Programando as explorações que seriam feitas nas férias, no Perequê; de jangada.
E, realmente eu era um sonhador. Mas, me recordo agora que não estava sozinho. Havia um companheiro, naqueles tempos de colégio interno, que lia as mesmas aventuras, sonhava e, como eu se programava para as aventuras de suas férias, em Inhumas ( Goiás ).
Nós nos sentávamos entre os altos galhos dos " ficus " nos fundos do Liceu para lermos nossos livros de aventuras. Trocávamos impressões e projetos de explorações futuras.
E, sabem como é que eu me lembrei do Renato, esse amigo ?
Foi procurando entre meus livros antigos, pelo texto sobre o jequitibá, que encontrei uma carta dele. O Renato saíra do Liceu e não iria mais voltar a estudar ali, em São Paulo, ficaria lá por Goiás.
E eu, à mesma época, também saí daquele colégio. Meu pai atendera a uma solicitação da diretoria, para minha saída expontànea.
Aquela carta ficou perdida durante quase quarenta anos por entre as páginas de um livro infantil nunca relido. Mas, releio a carta com um aperto no coração e um sentimento de culpa por não tê-la respondido.
As voltas que o mundo dá, podem ser surpreendentes !



O Grande Jequitibá Rosa.


Por mais caótica que seja a situação do povo e do país. Por mais que proliferem os assuntos relativos à podridão nas esferas públicas. Por menos que se tenha a comemorar. Sempre haverá algo, alguma atitude, um ato de amor para que saibamos que nem tudo está perdido. No noticiário televisivo de ontem, num raro momento de boas notícias, um ato de amor à natureza, uma demonstração de fé, dedicação plena àquilo em que se acredita. Pesquisadores na área da botànica estão conseguindo fazer brotar do último remanescente dos milenares jequitibás, mudas que poderão fazer voltar ao nosso solo esses velhos moradores. Este último, solitário e teimoso sobrevivente, tombou vítima de um incêndio criminoso. Completava ele o seu primeiro milênio de existência quando aqui aportaram os portugueses descobridores destas benditas e generosas terras.
Num ato de amor, de fé na natureza e, em seus conhecimentos, estes cientistas estão conseguindo fazer voltar à vida os vetustos jequitibás através de pequenas áreas sobreviventes no corpo deste último moribundo gigante de nossas devastadas florestas.
Meu coração exultou de alegria ao saber da notícia. Exultou ! Tanto quanto chorou ao vê-lo pela televisão, no ano passado, moribundo com o fogo lavrando em seu interior, levando-o irremediavelmente à morte.
Naquela exaltação, naquele halo de alegria em que fui envolvido, ressurgiram as lembranças da escola primária, os livros de leitura e dentro de um destes aquele título: "A Árvore Jequi ".
Contava a história de um garoto citadino que vai passar as férias escolares no interior e descobre-se ignorante ao ver mencionado aquele nome de um habitante da floresta do qual jamais ouvira falar. E que mais tarde descobre ser a forma local de tratamento dada a um velho jequitibá.
Quase um mês depois, volto aqui e retomo os escritos para lhes falar de algumas dúvidas que persistem.
Ao lembrar-me da " Árvore Jequi ", saí em busca de meus contemporàneos para saber deles em que livro de leitura estava este título. E, sabem da melhor ? Ninguém se lembra de ter lido a historieta da qual me recordo. Recorro aos mais velhos e, também nada ! Pergunto aos mais novos e ninguém jamais ouviu falar.
Tento não desistir e levanto a possibilidade de ser parte de algum livro que não fosse o de leituras. Talvez, algum daqueles livros de Madame Leandro Dupré. Que nada ! Nem assim consigo ajuda.
Já estou começando a crer que seja obra de minha mente fantasiosa daquela época. Quando eu perdia aulas inteiras, simplesmente viajando. Viajando em meus sonhos de menino e de adolescente. Programando as explorações que seriam feitas nas férias, no Perequê; de jangada.
E, realmente eu era um sonhador. Mas, me recordo agora que não estava sozinho. Havia um companheiro, naqueles tempos de colégio interno, que lia as mesmas aventuras, sonhava e, como eu se programava para as aventuras de suas férias, em Inhumas ( Goiás ).
Nós nos sentávamos entre os altos galhos dos " ficus " nos fundos do Liceu para lermos nossos livros de aventuras. Trocávamos impressões e projetos de explorações futuras.
E, sabem como é que eu me lembrei do Renato, esse amigo ?
Foi procurando entre meus livros antigos, pelo texto sobre o jequitibá, que encontrei uma carta dele. O Renato saíra do Liceu e não iria mais voltar a estudar ali, em São Paulo, ficaria lá por Goiás.
E eu, à mesma época, também saí daquele colégio. Meu pai atendera a uma solicitação da diretoria, para minha saída expontànea.
Aquela carta ficou perdida durante quase quarenta anos por entre as páginas de um livro infantil nunca relido. Mas, releio a carta com um aperto no coração e um sentimento de culpa por não tê-la respondido.
As voltas que o mundo dá, podem ser surpreendentes !



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