Tudo é vaidade, diz o Eclesiastes. Não vamos nos aprofundar no tema do Eclesiastes. Apenas escreverei alguma coisa sobre a vaidade, cujo conceito mais adequado para o fim proposto encontrei no dicionário de Càndido de Figueiredo :" desejo exagerado ou injustificado de atrair a admiração ou as homenagens dos outros." Podemos inferir, dessa definição, que se não houver desejo exagerado ou injustificado de atrair a admiração ou receber as homenagens, não haverá vaidade.
Tais reflexões são importantes porque frequentemente somos inclinados a considerar vaidosas determinadas pessoas que se encontram sempre em evidência (professores, oradores, políticos, acadêmicos etc.). Seriam pessoas vaidosas ou nós é que nos encontramos possuidos pela inveja ? Se verificarmos que tais pessoas ensinam, pregam, falam pelo motivo justo de ensinar ou esclarecer não podem ser consideradas vaidosas. Mas acontece, infelizmente, que muitos desses arautos da sabedoria e da verdade o são pretensiosamente, porque transmitem mensagens erróneas e informações incorretas. Assim, não sendo justas, corretas as informações que transmitem tornam-se, pessoas dominadas pela vaidade.
A nossa vida em sociedade não é fácil. A desuniformidade de formação e educação, considerando-se principalmente o descaso pela escolaridade básica nos conduziram a verdadeiro cáos social.Acrescentando-se a essa situação a carência do ensino religioso, onde se aprendiam os fundamentos da ética (moral), fica esclarecido porque realmente é complicada a convivência humana. Então, em face dessa complexa realidade, muitas vezes abandonamos certos valores fundamentais - amizade, compreensão, solidariedade -, e passamos a cultivar o egoísmo, a vaidade, o prazer.. As ciências económicas também floresceram e o dinheiro, sempre poderoso e arrazador, definitivamente foi entronado como o Rei do Mundo.
Portanto, no torvelinho da vida tudo se misturou tornando difícil se distinguir ou reconhecer uma pessoa como vaidosa. Ainda mais para nós cristãos, que somos obrigados a agir com caridade, ou seja, em nada prejudicando o nosso próximo, proibidos , lógicamente, de espalhar maledicências (fofocas). No caso da vaidade, talvez seja conveniente encerrar essa breve incursão com um pouco de humor e ironia, comparando-a à bruxaria, para citar um ditado muito conhecido : não creio em bruxas e bruxarias, " mas que las hay, las hay ."