A noite tem demorado a chegar. Sinto falta de sua companhia. Parece que ela não quer estar. A noite não chega. Quando vem, logo quer partir. Fico assim, desorientado pela ausência de estrelas a me guiar. Quando a noite chega, eu simplesmente a admiro. Observo o fundo de seus olhos. Aguardo um sinal.
Sou um ser da escuridão. De pouco me serve o dia. Da luz, eu pouco me sirvo. Fico melhor acompanhado pela brisa suave, pelo breu que esconde o céu e revela o mundo, suas entranhas. A noite me desperta, me pede ao lado dela. Eu a acompanho, nem sempre só, até onde ela quiser.
E eu me deixo levar, tranquilo, inconsequente, para o que der e vier. Eu irei até onde ela quiser. Dormirei quando a noite se for, pelo simples prazer de revê-la quando o sol novamente se for.