A VIDA É UM SOPRO
Roberto Corrêa
Com o tempo seco reinante neste inverno, surgiram muitos problemas respiratórios. Verdade que se o tempo fosse frio e úmido esses problemas também existiriam. Mas o que desejamos escrever, inspirados na secura do ar e suas desagradáveis consequências é que a vida é um sopro. Aliás, o poeta João de Deus, que citei numa das cronicas anteriores, diz que " a vida é sopro suave / que se desfaz como a neve,/ e como o fumo se esvai ".
Mas, pretendo salientar que a qualquer momento podemos deixar de existir. Com isso, absolutamente não nos conformamos, pois a chama espiritual (nossa alma), que não envelhece, anseia por felicidade completa e perene. Gostaríamos pois de ouvir, enxergar - se possível- e meditar com frequência sobre o lugar onde essa felicidade existiria, quando , onde e de que forma a alcançaríamos. Não se trata daquela resposta simples, profunda , correta, ensinada pelo saudoso catecismoda nossa infància: " amar e servir a Deus nesta vida e usufrui-Lo na outra." Queremos linguagem mais insinuante, convincente, cheio de alegria e entusiasmo, que faça transbordar nosso coração de felicidade. Como aquela das santas mulheres que indo logo cedo ao sepulcro, onde Jesus deveria estar sepultado, não encontra o Seu corpo, porque havia ressuscitado ! E depois, a auspiciosa informação da permanência de Jesus na Terra por 40 dias, consolidando a fé de apóstolos e discípulos, encorajando-os a espalharem as alvissareiras notícias do Cristianismo !
A esta altura, somos obrigados a manifestar profundo desprezo a todos os filósofos e escritores que introduziram ou aumentaram a dúvida, ceticismo, agnosticismo, pessimismo, descrença etc., como Schopenhauer, Nietzche , Sartre, Comte, Renan "et caterva". A essa corja se pode atribuir as maldades e misérias do mundo atual, a desesperança, o indiferentismo e assim por diante.
Por quê os meios de comunicação só se interessam pelas coisas do mundo (preferentemente as más) e por quê o Mundo Ocidental, apezar de se rotular cristão deixa tanto a desejar gerando a angústia e incrementando a infelicidade ?
A população desprovida de líderes autênticos e capacitados, inclusive e sobretudo na área religiosa, se ve mergulhada no indiferentismo e materialismo. E agora, enfrenta a dura realidade: com progresso material desproporcional (a má distribuição de rendas é a prova) e sem o conforto espiritual necessário (tem dúvidas sobre a felicidade e a própria vida eterna), vive o dia na perspectiva fantasiosa de um amanhã melhor. Essa esperança, porém, somente deixará de ser vã se forem retomados, na maior brevidade possível ,os salutares princípios do Cristianismo.