No fim de semana que passou, o mundo assistiu estarrecido, ao piloto brasileiro de F1, Rubens Barrichello ceder a vitória ao seu companheiro de equipe Michael Schumacher, na última curva do Grande prêmio da Austria. Para o mundo esportivo foi um escàndalo, e para muitos uma surpresa.
Porém, quem conhece o Brasil de hoje, não deve ter se espantado tanto assim com o ocorrido, pois já está acostumado a ver o País tomar atitudes como esta de Rubens Barrichello. Tá bom, vocês vão dizer que eu devo estar louco, que não tem como comparar a F1 com a política do País. Mas acontece que eu vejo um paralelo claro aí.
Se não vejamos: O piloto brasileiro, compreensivelmente muito elogiado por Fernando Henrique Cardoso, foi obrigado a tomar essa atitude. Mas como? Visto que quem tinha o controle do carro era ele, quem tinha que pisar no freio era ele. Bem ele foi obrigado por seus patrões, ou seja, quem lhe paga as despesas, a favorecer o seu colega, porque este é política e economicamente muito mais forte que ele dentro da equipe. E é o caso idêntico ao do Brasil, quando o FMI, nosso patrão, ou seja, quem financia nossas despesas, obriga que o país venda(doe) sua empresas estatais, para que empresas de colegas de Mundo como Os EUA ou os Europeus, tirem vantagem disso, instalando-se no País, abolindo a utilização de tecnologia nacional, está fazendo exatamente o que a Ferrari fez com o brasileiro, e pelo mesmo motivo, ou seja, nossos colegas americanos e europeus tem muito mais poder económico e político dentro do banco e do mercado financeiro em geral.
As desculpas para a complacência também são as mesmas. O piloto pensou no futuro afinal ele acaba de renovar um contrato por mais dois anos, e quem sabe quando o alemão já tiver sido campeão, ele deixe o brasileiro ganhar alguma corrida, além disso está lá no contrato, os pilotos devem obedecer ordens da equipe. O Governo brasileiro também pensa no futuro, afinal ele logo precisará de um novo empréstimo, para pagar sua falcatruas, e quem sabe os EUA serão bonzinhos e quando a sua indústria de Aço se recuperar, eles retirem as barreiras ao Aço brasileiro. Além disso está lá nos contratos que o país tem firmado com o FMI, o Brasil precisa cumprir suas metas de inflação, a custa de juros altíssimos, que causam recessão e desemprego.
Ainda bem que alguns brasileiros se sentiram enojados com a atitude do piloto brasileiro, talvez um dia eles percebam o quanto ele foi um retrato fiel do país e se enojem também com nossa política. Talvez um dia tomemos ciência da nossa capacidade e de quão importantes somos para o mundo e para a Ferrari, não é Rubinho.