Usina de Letras
Usina de Letras
99 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62340 )

Cartas ( 21334)

Contos (13268)

Cordel (10451)

Cronicas (22543)

Discursos (3239)

Ensaios - (10410)

Erótico (13576)

Frases (50723)

Humor (20055)

Infantil (5475)

Infanto Juvenil (4794)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140849)

Redação (3314)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1961)

Textos Religiosos/Sermões (6222)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
cronicas-->A derrota na vitória Corinthiana -- 16/04/2002 - 19:31 (Marcel Agarie) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Autor: Marcel Agarie
Data: 14/03/02

Crónica: "A derrota na vitória Corinthiana"

Salve o Corinthians, o campeão dos campeões. Esta é a uma das minhas três paixões. Quarta-feira, tive a felicidade de acompanhar a mais uma vitória do Timão, que passou fácil por mais um adversário, o Paraná Clube. Como faço curso às quartas das 19 até 21 horas, cheguei no estádio Paulo Machado de Carvalho, o saudoso Pacaembú, com um pouco de atraso. O jogo estava em seus 15 minutos do primeiro tempo e o Coringão já vencia por 1 a 0, gol de Deivid de cabeça.

Fui para lá de carro, que não é de meu costume, e como o jogo já havia começado, não se tinha mais sinal dos famosos "flanelinhas", que pedem dinheiro para cuidar do carro e quando o jogo começa, vão embora e deixam o seu carro sobre o cuidado da lua e do sereno. Pelo menos não tive que dar dinheiro para nenhum "flanelinha", sobrando assim uma graninha para comer um amendoim dentro do estádio.

Os portões da entrada estavam vazios, quem tinha que chegar já estava dentro do estádio assistindo ao jogo. Entrei e me ajeitei nas arquibancadas, bem próximo da torcida Gaviões da Fiel. De lá eu pude ver o show do Timão, que ainda fez mais dois gols com Ricadinho e Rogério. Foi aquela festa. Se demos até o luxo de tomarmos 1 gol e ainda assim, terminar o jogo gritando "olé".

Na saída esperei pelo meu irmão, que foi para o estádio de metró, no portão principal. Eu havia lhe prometido uma carona para ir embora. Depois daquela multidão sair do estádio, encontrei com ele e mais 2 amigos seus. Ainda teríamos que encontrar com mais um de seus amigos e por isso ficamos esperando por mais 40 minutos no lado de fora do estádio. O "amigão" do meu irmão nos deixou na mão e não apareceu, por isso resolvemos ir. É agora que começa o drama da minha história.

Chegando no local onde estava estacionado o meu carro, um Fiat Uno preto, ano 94, o encontrei com as portas do lado direito abertas - arrombadas - e o vidro do lado do passageiro estourado, com estilhaços de vidro por toda a rua e dentro do carro. A minha reação foi não reagir, fiquei imóvel tentando entender o ato de vandalismo em meu carro. Olhei por dentro do carro para saber se haviam levado alguma coisa e constatei que a parte da frente do meu som, foi a única vítima dos meus pertences que estavam no carro. Pouparam a minha roupa de trabalho (que eu troquei pelo uniforme do corinthians quando cheguei no Pacaembú) e a minha maleta onde guardo as minhas lições do curso.

Aos poucos, um aglomerado de pessoas foi-se criando em volta do meu carro, e entre eles, estava um senhor que trabalhava em uma barraca próxima, que me disse que os gladiadores que destruíram meu carro, eram vários torcedores corinthianos que passaram por ali perseguidos pela polícia, quebrando todos os carros que estavam pelo caminho. Para mim, nenhum motivo me consolava, para falar a verdade, eu nem sabia se acreditava no que o tiozinho estava falando, apenas pensava em chegar em casa e dormir.

No caminho de casa, eu ouvia aquele barulho de vidro estilhaçado esparramado por todo o carro e não conseguia entender como um ser humano ainda age desta maneira. Com tanta tecnologia, tanta ciência, ainda existem pessoas que vivem na idade das pedras.

Infelizmente essa é a realidade de nosso país. Não podemos mais nos divertir e nem fazer as atividades que mais gostamos sem sermos atingidos pela violência. Isso graças a impunidade que existe em nossa justiça. Os responsáveis por atos como este que danificaram o meu carro, nunca serão presos ou terão que pagar pelos prejuízos causados. Por isso deixo aqui o meu protesto e afirmo, com uma imensa dor no coração, que dificilmente voltarei aos estádios para assistir a um jogo de futebol.

Salve o Corinthians, salve a cidade, salve os estádios e todos aqueles que apenas querem viver em uma cidade melhor.

Salve!
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui