O homem decaído ignora o verdadeiro Deus. Como não pode viver sem prestar culto à alguma coisa , real ou fictícia, cria os ídolos, entidades quaisquer que se tornam objeto de adoração, veneração, admiração ou respeito.
Na Antiguidade e na Bíblia se encontram referências diversas, mas citamos aqui apenas aquela conhecidíssima passagem de S. Paulo pelo Paternon grego, onde encontrou o altar para o Deus desconhecido, justamente Jesus Cristo, que ele acabava de descobrir. Mas o que estou pretendendo , nestas minhas breves considerações, é salientar que nos dias atuais - vinte séculos após Jesus Cristo -, criam-se e veneram-se ídolos a todo momento.
A mídia em geral, por exemplo, não cessa de idolatrar Ronaldinho, por seu fabuloso contrato de milhões de dólares, como se tal fato representasse o máximo de todos os sonhos e aspirações. Exalta também dezenas de outros ídolos da tevê, do cinema, da música, dos diversos esportes - basquete, volei, natação, dos reis da velocidade etc-, e neste momento, do tenis, o vitorioso e simpaticíssimo Guga ( Gustavo Kuerten).
Estranhamos, portanto,e ficamos agradavelmente surpresos com a cobertura jornalística - principalmente televisiva -, dada ao venerando Frei Damião que, num milagre de resistência vital, demorou vários dias para morrer, porém movimentou fiéis de todo o Nordeste e emocionou o País de ponta a ponta. Se a televisão agisse sempre assim , divulgando a vida e a morte de personagens dignos e de santos, inelutavelmente o nosso ambiente social melhoraria facilmente.
As fábricas de ídolos, infelizmente, continuarão a produzi-los em larga escala porque a ignorància religiosa não é vencida. Sem conhecimento e aceitação das verdades reveladas a fé não sobreeleva , não vem à tona. A fé "adesão racional a um patrimonio de verdades" (Padre Leonel Franca), não se desenvolve, não cresce, se deixarmos de incrementá-la , seja pela oração, seja pelo estudo, principalmente através do magistério da Igreja.
Se não aumentarmos a fé , a proliferação de ídolos continuará assustadora.
P.s. Escrita em 1997.