Autor: Marcel Agarie
Data: 01/03/02
Crónica: "O maior Rei do Mundo".
Nasceu pobre, no interior de Minas Gerais, a mais de 50 anos. Na sua pele, a cor que até hoje sofre com preconceitos. Não nasceu filho de rei, nem tampouco tinha algum parentesco com algum monarca, porém, o seu destino já estava traçado em ser algum dia um Rei Mundial em defesa de seu povo e de sua arte. Título que lhe fora dado por todos os Deuses, sejam eles gregos, romanos, egípcios, cristãos, budistas ou muçulmanos, além de povos espalhados pelo mundo
Em sua caminhada, venceu diversas batalhas. Ainda garoto, venceu uma travada na Suécia, por volta do ano de 1958, mostrando muita coragem e principalmente arte. Com personalidade, tomou a linha de frente de suas tropas e derrotou os guerreiros suecos. Estava marcado ali, o inicio da consagração de seu reinado.
Outras batalhas foram travadas e em 1962, no Chile, o Rei voltou a frente, mas desta vez sem o mesmo sucesso anterior. Infelizmente, o Rei se feriu e não póde continuar até o final, e o que imaginavam ser um enorme problema, foi superado, tudo graças a belíssima tropa que tinha e que era bem treinada.
Com o Rei em quarentena, um outro guerreiro, de andar desengonçado e pernas tortas, que não tinha nada de Rei, mas o misticismo dos Deuses, tratou de tomar o lugar de Vossa Excelência e seguir em frente em nome da tropa. Resultado: mais uma vez, as tropas do Rei saíram vencedoras.
Mas como nem todas as batalhas se vencem, as tropas do Rei foram vencidas em 1966 em terras inglesas, pelas tropas portuguesas lideradas pelo comandante Eusébio. Um dos principais motivos da derrota em 66, foi a alta idade de seus guerreiros, pois muitos já estavam velhos e não esbanjavam mais vitalidade em suas funções. Foi a hora em que o Rei parou para pensar. Era preciso renovar o exército.
Em 1970, com as tropas renovadas, o Rei agora mais velho e consagrado pelo mundo inteiro, mais uma vez seguiu pela linha de frente para a sua consagração total. Em terras mexicanas, suas tropas venceram os ingleses, os uruguaios e os italianos, todas de uma forma convincente e arrasadora, deixando marcada para sempre como o maior esquadrão, de todos os tempos, que o mundo já viu.
O Rei não precisava mais demonstrar a sua capacidade diante de seus plebeus e esta foi à última batalha campal que participou, deixando imortalizado para sempre as suas vitórias.
O seu estilo vencedor deixou muitas marcas e despertou muita inveja em outros que tentaram ser como ele. Um dos casos, aconteceu atualmente em terras argentinas, onde um mero aprendiz, se rebelou e tentou derrubar a sua coroa. Felizmente a tentativa não houve sucesso, pois o mundo sabe quem é o verdadeiro Rei.
O mundo, e principalmente os brasileiros, sentem a falta de um novo Rei para liderar suas tropas, chamar a responsabilidade para si e vencer as batalhas campais contra outras nações. Que os deuses nos enviem um novo Rei, ou pelo menos um príncipe, para seguir a dinastia do maior Rei de todos. O Rei Pelé.
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