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cronicas-->"SEM RESPOSTA" -- 27/04/2000 - 11:50 (MARIA DA CONCEIÇÃO MATOS) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Acabei de ouvir o toque do interfone. O coração bateu acelerado. É sempre assim. Nunca me acostumo.
Todas as vezes é igual - o mesmo susto, aquele sobressalto. Já nem corro mais ao portão.
Fico envergonhada ao me deparar com ele. Tão amigo, gente finíssima! E eu, com aquela cara de "quem comeu e não gostou".
- Bom dia madame, vai logo dizendo com um sorriso mais aberto.
E eu, com a mesma cara "amarrotada", respondo da boca prá fora:
-Bom dia seu Gilberto. ( penso que ele nem ouviu direito o seu nome ).
- Parece que hoje tem novidade madame. E eu sei que a senhora gosta.
- Seria muito bom, respondo levando a mão à boca para surrupiar um bocejo.
Ele me estende uma porção de envelopes compridos, brancos, amarelos. Nem os distingo bem, tal a vontade de regressar-me à cama.
- Tenha um bom dia, madame.
- Obrigado e igual para o senhor, seu Gilberto.
De volta ao quarto, não consigo mais conciliar o sono. Fico ruminando pensamentos, enleados na minha cabeça como os meus lençóis.

Lá vem o seu Nenzito.
Com um fardo enorme nas costas, se desarticulando em peso.
-Olá garota, como vai a mamãe? Parece que hoje tem novidade. Tome isto, leve até ela, pois sei que vai gostar. Cuidado heim menina, não vai deixar jogado por aí. Atira-me um beijo com a mão e com passos lerdos vira a esquina.
Seria inútil enumerar os dias, meses e anos, os quais, testemunhei a mesma cena. Já maiorzinha, ficava à sua espreita.
- Mãe, lá vem o seu Nenzito!
- Toma aqui filhinha, entrega-lhe estes biscoitos de polvilho que acabei de assar e estão quentinhos. Assim ele vai se distraindo pelo caminho.
Esquecer o sorriso satisfeito e o seu jeito carinhoso é difícil. Difícil demais até.
Foi uma convivência amistosa e frequente. Deixou marcas. A prova aí está: não consigo mais dormir. Aquele "velhinho simpático" conseguiu roubar-me o sono.Revolveu o baú das minhas singelas recordações.

-Mãe, por que o seu Nenzito demora tanto hoje?
Já são mais de onze horas.Sabe de uma coisa? Não vou mais esperar por ele.
- É a chuva.
................................................

- Por onde andará o seu Nenzito, mãe?
A chuva passou e ele não veio.
- O seu Nenzito mudou o seu itinerário, filhinha. Agora ele trabalha muito longe. Longe demais...
- Por que, mãe?
Logo ele!...

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