FIM DE ANO
(Do 1º ano do século XXI)
Roberto Corrêa
O final do ano vai chegando, a correria aumentando, pouco tempo sobrando para saborear a vida. Aliás, esse problema de correria acredito que tenha nascido no mundo quando se iniciou a revolução industrial, no século XIX, eis que no tempo das carruagens e da navegação a vela, a pressa não deveria existir. Podemos até lamentar não ter nascido nesse tempo tão plácido onde se deveria fruir a natureza intensamente e a convivência ser valorizada, destacando-se todos os matizes da vida humana. Mas, não façamos comparações, porque o progresso, a chegada do novo, talvez inesperado e surpreendente, sempre atraiu o homem a ponto de o deixar paralisado pela admiração.
Um dos aspectos da correria que desejo salientar, ocorre mais nas grande cidades e capitais, como S. Paulo, e então, nota-se o inconveniente do moderno progresso, pois as pessoas se prendem ferozmente aos compromissos assumidos e não percebem que estão vivendo maquinalmente. Explico melhor exemplificando : mandei um texto para um amigo apreciar e uma semana depois me dá uma desculpa qualquer e promete fazê-lo assim que sobrar um tempinho. Ora, o que é isso ? Simplesmente a correria e o apego a rotinas que nós outros achamos dispensáveis ou despidas de maior valor.
Neste primeiro fim de ano do século XXI, ou seja, do seu primeiro ano, nos encontramos acomodados, esperando o desenrolar dos acontecimentos. Aqui no Brasil, o problema maior que paira no ar é o da segurança e o da violência que muitos pretendem relegar para segundo plano, entendendo que a parte económica é a mais importante , pois com empregos e produção, o resto se acomodará. Na verdade, para solucionar esses e outros problemas, o país precisa cuidar com acentuado rigor da educação dos seus habitantes. Educação completa, sobretudo da ética, que envolve logicamente o problema religioso. Sendo o maior país católico do mundo os preceitos da religião cristã consubstanciados no Decalógo devem ser amplamente difundidos e especificados para que o não matar e o não roubar deixem de ser acontecimentos rotineiros na vida diária.
A nossa vizinha Argentina atravessa uma crise sem precedentes e nos deixa intrincados com as causas desse castigo, para o simpático país. Que teria realmente acontecido lá para o surgimento de tantos danos e preocupações ? E os states como se encontram depois do preste atenção de 11 de setembro? A guerra contra o Terror resolverá alguma coisa. ? Enquanto isso, Israel e palestinos se retaliam mutuamente em confronto que parece interminável. Católicos e protestantes da Irlanda do Norte, parece, entraram em armistício e o resto do mundo gira, principalmente em cima de uma bola.
Esta, a bola, vai rolar na copa do mundo no Japão e na Coréia, no próximo ano e assim, vai chegando ao fim o primeiro ano do século XXI. Agora só resta fazer um relacionamento entre nós e esse mundo que desfila através da mídia. Isso é o que realmente interessa. Pois, se não estivermos mais no mundo esse também não nos interessará, como está acontecendo com todos que partiram este ano para a eternidade.
