Toda pessoa tem uma história de solidão para
contar.
A solidão nasce com o ser humano.
Não fosse ela, por que nos procuraríamos uns aos
outros?
O pior, no entanto, não é a solidão em si.
Pior é quando nos acostumamos com ela,
aceitando-a como irremediavel.
História da solidão começa no de repente e
termina em Nada.
No quarto do pensionato, a gente adormece sozinha
e acorda junto com o inimigo.
Quando você foi embora, ninguém ficou junto de
mim.
Perder na loteria, a gente aguenta. Perder você,
quem suporta?
A paisagem do parque tem patinhos nadando na
lagoa, pássaros em revoada, velhos pensativos,
jovens felizes e crianças ruidosas. Só falta
você.
Quando estive doente, as paredes brancas do
hospital me ensinaram que o único mal incurável
ainda é a solidão.
As pessoas se acordam, pela manhã, trabalham, se
estafam em filas, divergências e noticias. Ao
final do dia, pedem apenas uma coisa: "-Love
me"...
Se eu fosse morar numa ilha deserta, não levaria
ninguém...
(Do livro "cronicas do amanhecer").
Maria José Limeira é escritora e doce jornalista
democrática de João Pessoa-PB.