Ela chegou ao estacionamento à s 11::15, com o propósito de resolver um problema no banco,
mas na verdade, existia nela o desejo de encontra-lo, e por esse motivo,
ao invés de escolher outro lugar mais próximo do banco, deixou o carro lá,
onde ele poderia vê-lo, e, quem sabe, aguardar sua volta.
Ela parou o carro, e lentamente, como quem tinha intenção de aguardar, d
e provocar um encontro, arrumava os documentos necessários para a transação.
Tudo estava vazio, não mais que três carros no lugar.
Seria muito simples. Desceria do carro, subiria uma escada e o procuraria junto à secretaria,
e, se ele estivesse lá, pediria para dar uma palavrinha, e tudo estaria arrumado,.
Quando a porta se fechasse, ela se entregaria, num imenso beijo, cheio de tesão, saliva e muita saudade.
Mas, lhe faltava coragem, iniciativa, torcia pra que ele descesse, e lhe convidasse para subir. Ela era assim.
Então, bem devagar, atravessou a praça em frente, e foi à luta,
resolver seus problemas pessoais, com aquele amargo por não tê-lo visto.
Na volta, já era próximo do meio dia, e novamente aumentava a esperança de encontra-lo.
Já era próximo do almoço, e a chance era maior.
Voltou bem devagar, seguindo em direção ao carro, enquanto o coração dizia pra seguir em outra direção,
seguir um pouco mais, subir as escadas e encontra-lo, e beija-lo muito.
Seria tão bom, sentir seu gosto novamente, o calor do corpo num abraço envolvente...
Mas temeu, que ele fosse evasivo, e simplesmente não a convidasse pra entrar,
então, entrou no carro e voltou para o trabalho, onde já lhe aguardavam com
os problemas diários.
Uma pena, era sua falta de coragem.