Hoje me veio á lembrança um tempo que já se foi.
O pobre tinha na mesa, café, leite, pão e manteiga.
No almoço, feijão0 com arroz, no jantar uma inversão,
arroz com feijão.
Não existia miséria, nem havia ladrão.
Hoje me veio à lembrança a alegria de crianças na escola,
Aprendendo coisas banais; instrutivas mais que TVS.
Professoras dedicadas cantavam a todo pulmão:
... Um, dois, feijão com arroz. (baião de dois)
E o que é baião de dois? É feijão com arroz.
E o que é baião de três? É feijão pra três.
Assim iam. Chegava o dez.
E o que é baião de dez? É feijão pra dez.
E o um professora?
O um não tem. Começa tudo de novo.
A vocação unia-se à dedicação.
Hoje a fome agregou-se ao aluno e ao professor.
Salários minguados, filhos de assalariados.
Acabou-se até o direito de plantar, colher, criar.
Aguardar a galinha caipira cacarejar para o ovo apanhar.
Pão, café com leite, feijão, nem falar.
É o desemprego, recessão, corrupção; o roubo alardeando a
Nação. E o povo sofrendo calado, como os escravos nas senzalas.
Os senhores baixando o açoite.
Que País é este de tanta lembrança e pouca memória?
João Pessoa, 20.08.1992
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Nota da autora- devagar vou publicando todo um
trabalho de dez anos de rádio.
Vivência sofrida na pele, de aluna que ficava feliz em beber o
leite vindo dos EUA, alimentos para a PAZ.
Hoje os governantes estão voltando com as
escolas em tempo integral,
Com café, merenda, almoço, merenda, jantar à s crianças, adultos,
estudantes em geral.
Que bom, que permaneçam assim, sem deixar que a corrupção,
tire das pessoas o alimento sagrado.
É dever do estado e nosso de fiscalizar, denunciar e aplaudir.
Manaus, 10.03.2013.