-- Mestre, posso sentar com o Senhor?
-- Depende.
-- De quê?
-- O que Você está vendo, aqui e a seu redor?
-- Uma mesa, um copo, uma guarrafa de água mineral, as ruas, as pessoas...
-- Vamos ver se entendi. Você está vendo apenas o que está vendo?
-- Exato.
-- Então, dá licença que eu diga algo?
-- Claro.
-- Você é um tolo profano.
-- Epa, o Senhor está me ofendendo.
-- Nada. Estou te instruindo. Vamos ver... Já leste o Stephen King? Viste o Iluminado?
-- Não.
-- Um mago?
-- Nào... quer dizer, só o Paulo Coelho, na televisão...
-- Sei, sei. Já viu o Coronel que Al Pacino interpreta em Perfume de Mulher?
-- Nào, esse eu não vi... mas...
-- Posso pedir um favor?
-- Claro, mestre.
-- Vá embora. Você não é inteligente, nem culto. Não sabe nada sobre fantasmas, nem sobre perfumes ou mulheres. Eu, sozinho, me divirto melhor com meus fantasmas. Se Você sentar , vais me trazer uma medíocre realidade imediata, inventada por Você. Ou seja, vais por nos seus bolsos vazios meus fantasmas, meus anjos, meus sonhos e minha magia. Lamento, mas nãp posso admití-lo à minha mesa.
-- Mas, Mestre...
-- Querido, Você sabe porque sou um Mestre?
-- Porque se auto-intitulou, se quer saber a verdade.
-- Exatamente. Por isso sou umpecável, criativo, exuberante. E Você, definitivamente, é um tolo profano. Lamento, mas queira se retirar, se não quiser ver uns fantasmas bem concretos, como essa guarrafa na sua cabeça.
Após a retirada estrtégica do inoportuno, O mestre continuou belo, rico e impecável, com sua agua mineral e suas viagens, indo , todos os dias sob todos os aspectos, cada vez melhor.