Mudanças são necessárias para que tudo fique do mesmo jeito. Você já ouviu isso? Pois é assim mesmo. Se seguíssemos algumas regrazinhas básicas de comportamento, não precisaríamos passar noites e noites em claro, tentando justificar nossos erros.
Uma das normas diz: não engane. E quando nós enganamos violamos algumas disposições moleculares e citológicas que precisarão de algum tempo para se reestruturar.
Então uma pisadinha na bola e lá vamos nós a clamar ao vento, noite à dentro, por mais conforto espiritual. Ora veja.
Às vezes, ao criarmos uma mentira, chegamos nós mesmos a crer nela. Ai fica mais difícil, pois nos confundimos embaralhando a fantasia com a realidade.
Se atribuirmos nosso erro a alguém e essa pessoa se trumbica toda, então nossas estruturas mentais ajeitam-se de tal forma que deveremos passar a vida toda, em estado de alerta constante, observando as coisas, para nos certificarmos que tudo acontece conforme o que dissemos.
Em outras palavras, para assegurarmos que a mentira dita por nós é "verdadeira", precisamos de um estado mental alerta, estressante, que nos impede o bem estar do repouso.
Quando temos um compromisso com alguém e logo manchamos a nossa palavra empenhada, adulterando, nós destruímos não só uma ordem molecular-citológica própria, mas também de muitas outras pessoas.
Depois então, para que todos aqueles átomos que formam as moléculas, que formam as células, que formam os tecidos, que formam os órgãos, que formam os sistemas, e por fim, que nos compõem, precisarão de mais noites e noites insones, para se adequarem novamente na paz.
Então não seria mais fácil prevenir do que remediar com tanto tempo perdido?
Depois da primeira mentira, precisarão vir outras e mais outras, para que tudo pareça ser do jeito que inventamos. Logo sem nos darmos conta, lá estamos nós vivendo num mundo irreal, ou seja, verdadeiro só para nós mesmos.
Você já viu um rebuliço molecular maior do que o provocado por um furto? Certamente que existe, mas esse mal da subtração de coisa alheia móvel, para si ou para outrem, (uma herança, por exemplo), também precisará de noites e noites de blablablá, falação à s paredes, medicação e quiçá contensão psiquiátrica, para fazer com que venha a paz ao nosso reino, novamente.
Nós fazemos aos outros o mesmo que conosco. Ou seja, se dedicamos a nós afeição própria, certamente distribuiremos afeto aos que nos circundam. Ao contrário, se não nos reconhecemos, ou se não damos valor a nós mesmo, então agiremos assim com os que estão no entorno.
Quando isso acontece procuramos provocar ao máximo essas pessoas, do mesmo jeito que injuriamos a nós mesmos com álcool, fumo e drogas, até que o provocado reaja, para então corrermos à s autoridades dizendo: "Ta vendo, eu não falei? Eu conheço aquela figura ruim".
Em suma, meu amigo e minha amiga, é uma complicação. Bem mais fácil é fazer a coisa certa, pois não precisará de tantos cuidados e atenções estressantes.
Mas não é mesmo mais gostoso?