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cronicas-->Filhos da Esperança -- 28/02/2001 - 09:37 (Maurício Cintrão) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Há um casal de amigos que persegue seu próprio destino
há oito anos. Ele e ela querem filhos mas não os conseguem
gerar. Coisas que a biologia explica mas a vontade não
entende. Amigos comuns ainda insistem: tentem a
fecundação artificial. Quem nunca passou por isso não
tem idéia da dimensão dolorida do tentar e não
conseguir.

Quem tenta gerar e não consegue fica com aquela
sensação desagradável de estar com mau funcionamento.
De uma certa forma, sente-se um quê de incompetência
de fábrica. Alguns até acreditam nisso e tornam-se
incompetentes para tudo, até para sonhar. Casais se
desfazem nessa brincadeira. Famílias nem começam por
conta disso. Há até quem culpe os próprios pecados e
feneça em espírito.

Pois esse casal de amigos não desiste. Seu sonho é
maior que a sensação de incompetência, ou, até exista por
causa dela. E vencem gradativamente a batalha pelo
futuro buscando informação, antes dos filhos. Porque,
se não os podemos fazer, o que impede que os tenhamos
já feitos? A adoção não vem de hoje e a realização
através dela é tão ou mais gratificante do que pela
fabricação própria.

Mas é preciso coragem para adotar. Não a coragem que
os de fora creditam às famílias que adotam. É um tipo
de coragem que não dá medalha. Coragem de ser humilde
e reconhecer que tudo na vida tem algum sentido. E que
sabemos muito pouco a respeito da vida. E que crianças
não faltam àqueles que acreditam no amor.

Parece meio piegas, eu sei, mas só quem adotou pode
saber como é encantadora a transformação da gente. Mas, parea transformar, é preciso ter coração e mente abertos. É
esse tipo de informação que esses meus amigos
procuram. E estão encontrando. Estão descobrindo que
por trás da dificuldade há um novo caminho a
percorrer.

Não pensem que eles estão prontos, porque não estão.
Ainda vão passar noites em claro e dias sonados em
busca de respostas para perguntas que sequer
formularam. Mas estão gerando. Estão formando em seus
corações o ambiente propício para o nascimento de um
filho que, apesar de já nascido, só vai brotar para a
vida quando chegar às suas mãos.

Curiosa essa maneira de filhos e pais se encontrarem.
Curiosa essa maneira de construir a esperança. Porque
da suposta incompetência fabrica o destino ligações
tão sólidas que até parecem feitas do mesmo cimento.
Na verdade são, mas não do cimento biológico que
tanto assemelha quanto difere. Ligações construídas do
mesmo cimento de abandono que aproxima espíritos em um
lugar especial do céu.

Pudera fóssemos todos capazes de aceitar a suposta
incompetência como desafio para admitir a sabedoria da
vida. Como esse casal de amigos que persegue
suavemente sua família que está por vir. Como os
filhos deles que tecem a esperança em segredo, porque
sabem que seus pais logo chegarão para fazê-los
nascer.

Maurício Cintrão
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