Estou chegando de viagem de férias e, como fazem todas as pessoas, é hora de colocar as coisas em ordem: desfazer malas, pagar contas, revelar fotos, enfim, retomar a rotina. Quando chegamos em casa é quando, também, relembramos os momentos dos passeios, das festas, das diversões, seja lá o que tivermos feito na viagem. No entanto, o que mais me faz pensar nessa hora são os banheiros. Isso mesmo... os banheiros.
Não sei se o prezado leitor já notou que quando estamos em alguma viagem, seja a negócios ou lazer, utilizamos com maior frequência os banheiros públicos. Almoçando, lanchando, jantando ou apenas tomando aperitivos passamos todo o período de férias usando banheiros de bares, restaurantes, lanchonetes, barracas de praia, boates, etc. Quanto a mim, recentemente, passei por muitos deles.
O leitor deve estar se perguntando: e o que tem isso? Respondo: Será que o prezado leitor não sente a mesma espécie de terror íntimo que eu sinto quando estou na porta de um banheiro que nunca entrei e, portanto, não sei que visão terei ao adentrá-lo? Confesso que, por instante, fico parado na porta, tomando coragem para entrar. Sinto-me como quem vai entrar no escuro de uma daquelas casas de terror de parques de diversão.
Eu fico me perguntando o porquê de certos restaurantes e lanchonetes, muitas vezes finos e de boa aparência, de toalhas limpas, talheres bem escolhidos, terem banheiros tão medonhos. Os banheiros de alguns desses estabelecimentos parecem que nunca foram visitados por uma faxina. A impressão que se tem é que foram abandonados pelos funcionários, gerentes e, principalmente, pelo dono. A sujidade, o desmantelo e a falta de condições técnicas de operação fazem dos banheiros públicos de tais casas comerciais um suplício para quem tem de utilizá-los.
Há pouco tempo, fui surpreendido por uma visão aterradora no banheiro de uma casa comercial tida como fina e de bom gosto. Um rolo de papel higiênico dentro do vaso sanitário cheio de dejetos parecia estar ali há meses. Para compor ainda mais o cenário aterrorizante, um vazamento debaixo da pia inundava todo o banheiro, cuja làmpada estava queimada, tornando aquele ambiente escuro como uma verdadeira cena de filme de horror. Diante de tal cenário, fiz meia volta e retirei-me do restaurante, imaginando como deveria ser a cozinha.
A conclusão a que chego é que, sem generalizações, é claro, o banheiro é extremamente discriminado. Parece que ele é o último lugar a ser considerado nos estabelecimentos comerciais e sua limpeza como coisa de somenos importància, quando, na verdade, deveria ser um dos primeiros.
Bem...passei ileso por tantos banheiros em minha viagem. Fico feliz de estar vivo. Agora é torcer para que nas próximas viagens alguma coisa tenha mudado, mas para melhor, é claro.