Quem é que pode gostar de um louco que atira pedras nos vizinhos? Só pode ser louca igual a ele, ou obter lucro com as suas insanidades.
O dono do botequim, seus credores todos, inclusive o proprietário do prédio, não poderiam nunca censurar um maluco desses, se no final do mês, ele aporta rendimentos suficientes para o pagamento das contas. Ou seja, o louco só é aceito por trazer lucros.
Se o pirado parar de beber, de fumar, enfim de consumir no boteco, certamente que o afeto que lhe têm as hienas, mudará e muito.
A falta de educação, a grosseria, loucura mesmo, você pode notar na face que contitui o sujeito: rosto afogueado, voz pastosa, fanha, tabágica, enrolada, inteligência reduzida ao nível simiesco, e valentia.
A halitose do louco é resultante da ressaca, dos humores do tabaco e podridão dos dentes. Sem bebida o insano não trabalha, não funciona.
Além desses fatores ainda observa-se no psicótico uma característica peculiar: a facilidade para mentir. Se o sujeito passa a maior parte do seu lazer embriagando-se, parte do tempo gasto no exercício profissional, hidratando-se com cerveja, onde lhe restará um período para inteirar-se dos acontecimentos da comunidade, da realidade?
Então, se não existe verdade, na cabeça podre, criam-se algumas falsas que, no mínimo, possam sustentar algum diálogo.
Alguém já viu agente funerário enriquecer sem que ninguém perca parente? Sem que ninguém morra? Urubu só come quando há morte. E dono de boteco só vive, só paga aluguel, se houver loucos por pinga.
Loucura precisa de limites. O doido que lhe atira tijolos pode confundi-lo com a adúltera do Evangelho, que naquele tempo, pagava seus pecados apedrejada na via pública.
Chega um momento em que eu fico pensando nas semelhanças e diferenças entre Astragésilo Carrano, Paulo Coelho eu mesmo, e tanta gente boa, que sofreu constrangimentos com internações psiquiátricas, por motivos de somenos importància, e os assassinos, do naipe desses que agridem vizinhos com tijoladas.
Mesmo flagrados praticando o crime, eles ainda permanecem impunes na comunidade. Onde está a justiça deste mundo?
As aves de penas iguais andam juntas. Cré com cré, lé com lé. Quem protege ou diz gostar desse tipo de maluco, ou é semelhante a ele ou tem muito interesse económico nas suas atividades.
Mas crime é crime. Se não houver punição a loucura poderá se alastrar, o exemplo do pirado pode propagar-se balançando as estruturas da segurança física e patrimonial dos demais cidadãos.
Pessoas, carros, vidraças, telhados e portas poderão ser atingidas. Louco é louco.
Lugar de bandido é na cadeia.