Jarbas o caquético testudo, prefeito de Tupinambicas das Linhas sempre teve problemas com as contas públicas, durante os períodos da sua vida em que se imiscuiu na política.
De fato, o Tribunal de Contas do Estado de São Tupinambos prevento com a contumácia do pimpão em fraudar os papéis objetivando a subtração das riquezas públicas, para contabiliza-las nas particulares, mantinha sobre ele e sua turma, os olhos bem abertos.
Nos contratos que Jarbas firmava com as empresas particulares, geralmente havia algum tipo de equívoco, tal como a deficiência da comunicação sobre as concorrências, fato que prejudicava dezenas de outros prováveis participantes.
Jarbas anêmico, numa ocasião, estava tão atrapalhado, mas tão atrapalhado que depois da consulta habitual ao seu médico, "trocou as bolas" ingerindo o supositório e introduzindo no reto a cápsula de vitamina receitada pelo doutor.
O prefeito era um pàndego.
Quando Luisa Fernanda, fora se aconselhar com a Bin Latem, na chefia do gabinete, sobre Van Grogue que a chamara de maluca espancadora, póde ouvir um comentário, ainda no elevador, do átrio do paço municipal, sobre a falange distal do prefeito, que se inflamava toda vez que ele comia feijão.
Jarbas não podia mesmo beber leite ou comer feijão, pois a flatulência originada tornava as reuniões no gabinete bastante incómodas. Além disso, as articulações das mãos edemaciavam dificultando o ato de assinar as liberações de verbas.
Diante das insanidades do prefeito alguns conselheiros foram chamados: eles tentariam fazê-lo ver que favorecer assim, Ã s claras, só uma empresa em detrimento das demais existentes na cidade, suscitava reações de revolta.
As obras de pavimentação e recapeamento deveriam passar por processos meticulosos de licitação, onde todas as empreiteiras da cidade, devidamente avisadas por editais públicos válidos, poderiam participar.
Mas uma das táticas da turma do caquético era realmente divulgar, com certa deficiência, as informações sobre as ocorrências envolvendo as licitações. E isso era motivo de sobejo para as reprovações constantes das contas apresentadas pela administração do testudo caquético.
E quando as artimanhas eram todas elas descobertas instalava-se um azáfama angustioso no gabinete tentando amenizar os efeitos políticos que a divulgação dos fracassos licitatórios poderiam causar. Era um deus-nos-acuda, um corre-corre que desanimava qualquer funcionário inexperiente que aceitasse o desafio de nivelar-se ao Jarbas e seu grupo.
No final das contas constatava-se estar tudo irregular: contrato, licitação e divulgação dos atos públicos. Em matéria administrativa o caquético era uma calamidade, uma lástima.
As pessoas que se assemelhavam a ele defendiam-no dizendo ser ele um ótimo alcaide, e que nunca na história daquela cidade, ninguém construíra tanta ponte como ele.
Jarbas era mágico. Num escaninho do armário do seu gabinete, havia bem guardada uma fotografia do Gasparzinho, o fantasminha camarada. O ícone inspirava-o a tentar a reeleição no próximo pleito que se avizinhava.
O caquético malvado, o banana lutulento, teria êxito nessa nova aventura política?