Às 12:40h de 08/06/2000, almoçávamos Telma, Chris, Lylli e eu. Dia normal da rotina, poucas novidades, e o tempo - como sempre - curto e passando depressa.
Lembro-me de que perguntei à Chris se ela tinha algo por fazer no CNB; e a resposta foi negativa.
Quando eu saía para o trabalho, quase 14 horas, solícita, minha filha interveio:
- Pai, acho que irei ao Conjunto; você precisa de alguma coisa?
- Preciso, sim; tenho 2 pagamentos: você pode levar os cheques?
- Posso, como faço?
Expliquei onde deveria encontrar as lojas. Os carnês eram:
CREDOR VENCIMENTO VALOR (R$)
Ponto Frio 02/06/2000 36,33 (*)
Riachuelo 10/06/2000 20,57
_________
(*) + R$ 1,30 pelo atrazo de 6 dias (até certo ponto, compreensível).
Tudo correto. À noite, perguntei-lhe se não iria à aula (ela fazia o 3º semestre de Comunicação Social no CEUB). Já eram quase 20 horas, e ainda estava em casa, no que me respondeu:
- Tenho, só no 2º tempo, isto é: após as 20 horas.
A mãe saía para buscar a Lylli que cursava o último ano de Inglês na Thomaz Jeferson. Eu eu iria com ela. Quando me despedi (tchau, filha, volto já), senti que não desejava ficar só. Não fui com a Telma, fiz companhia à Chris. Lembrei-a de que, na época em que era muito pequena (2 ou 3 anos) e eu lecionava à noite, pediu-me, com insistência:
- Pai, fica comigo.
Permaneci, e foi a primeira vez que faltei à aula por prazer; o gesto da criança encheu-me de alegria, assim como nesse dia o meu coração bateu mais forte: tive duas alegrias - primeira, a Chris ter-se oferecido para efetuar meus pagamentos; segunda, seu jeito, cortês e cativante, de mostrar que não queria ficar só, nem que fosse por alguns minutos.
Enfim, hoje foi mais um dia feliz para mim! Obrigado, meu Deus.
