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cronicas-->CAPITUS, OUTROS E PROSTITUTAS -- 10/01/2001 - 00:00 (Roberto Carvalho) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
CAPITUS, "OUTROS" E PROSTITUTAS



Inspirados na personagem Capitu da novela "Laços de Família", da Rede Globo, os parlamentares no Congresso Nacional, aprovaram em primeira votação, a lei que reconhece a profissão de prostituta. Por esse instrumento legal, as profissionais da prostituição, podem contribuir para o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), e gozar direitos e benefícios, como a aposentadoria.
O texto diz que elas são incluídas na categoria "outros", para pagar, mensalmente 20% de contribuição do que ganham com sexo. A lei não menciona os casos omissos, masturbação, ejaculação precoce, coito interrompido nem relação homossexual: homem com homem, mulher com mulher. O texto preconiza, no artigo dois do parágrafo dê - sexo oral, dá prazer dobrado, portanto paga mais.
Já o uso da camisinha é desperdício de vida. Deve ser incentivado com descontos na fonte, pois diminui a natalidade, mas não vale reaproveitar preservativos, nem usar saco de dim-dim. O sexo anal, por ser comum, prático e oferecer menos culpa aos puritanos da falsa moral, fica isento de qualquer taxa. A coisa endurece, no Capu deste artigo - não será tolerado, caixa dois. Carícias íntimas, mesmo que não cheguem ao orgasmo, é considerado sexo, para efeito de taxação. Se gozar, é dobrado o pagamento.
A previdência Social, prevê engordar o caixa, com a arrecadação de contribuições de prostitutas, que poderão se aposentar com 30 anos de profissão gozada. Esse dinheiro é para cobrir a sonegação de empresários caloteiros do fisco. O reconhecimento da profissão de prostituta, dá a essa atividade das "capitus" - no dizer de Álvaro Sólon de França, do Programa de Estabilidade Social, do Ministério da Previdência - igualdade de direitos. "E gera empregos, muita gente enrustida vai aderir à profissão", arrisca, França.
No Distrito Federal, há em torno de 600 prostitutas, com uma renda mensal, em média, de R$ 6.000 reais. Sem falar no CONIC, com outro tanto ou mais, de mulheres de vida fácil? Atuando no Plano Piloto, Sheila Cardoso, faz programa com executivos e empresários. "dá pra levar a vida. Pago hotel confortável e a outra parte do dinheiro, ponho na poupança", gaba-se. "pagar INSS pro governo roubar? Não", discorda Sheila. Enquanto a lei passa pela votação final, quem está vibrando é o deputado federal Paes Landim, do Piauí.
Acusado de agenciar mulheres para parlamentares no Congresso, ele torce pela legalização das prostituas para intensificar esta atividade rentável junto aos congressistas. Ele mesmo não come mais a fruta. Considerada a atividade mais antiga do mundo, a prostituição é um dos caprichos da pobreza. Por isso, desperta interesse. Não em reverter os problemas, propiciando a essas pessoas uma vida digna mas, para tirar proveito da situação.
Nos classificados, os anúncios são sugestivos: "íRES SEX, 19 a, pele clarinha, cabelos compridos 1,70 alt., corpinho delicioso, seios furando a blusa, língua atrevida, bumbum arrebitado, linda, sensual e carinhosa. Atendimento completo, inclusive gosto de inverter os papéis com vibrador. Ligar p/ o fone 323...", CB de 22-11-00. É serviço para todos os paladares. Quem não se empolga? O governo quer lamber também sua pontinha, no negócio dos prazeres da carne.
Diligente em cobrar taxas e impostos, o INSS afia as unhas para destroçar o dinheiro ganho nas coxas. Receber, gastar na autopromoção, o governo sabe. Agora, devolver a grana, em forma de benefício, é outra coisa. As prostitutas estão atentas aos gatunos - se correr o bicho pega, se ficar o gato leva. Para quem acha que a vida de prostituta é fácil, basta experimentar uma noite, com o Zelão do armazém. Alguém do governo deveria fazer o teste. Empolgando-se com o trabalho - aí, sim a razão de sua utilidade. No balcão de atendimento a pergunta: "profissão?...", "prostituta, outros", responde a garota, num short lycra roda-pé de encher a imaginação.

Roberto Carvalho, Crítico, Jornalista e Escritor


É membro da Associação Nacional de Escritores
União Brasileira de Escritores (UBE-PI), ARESC
Sindicatos dos Escritores do Distrito Federal (SEDF)

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