Usina de Letras
Usina de Letras
24 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 


Artigos ( 63136 )
Cartas ( 21349)
Contos (13299)
Cordel (10355)
Crônicas (22578)
Discursos (3248)
Ensaios - (10647)
Erótico (13588)
Frases (51617)
Humor (20167)
Infantil (5584)
Infanto Juvenil (4928)
Letras de Música (5465)
Peça de Teatro (1387)
Poesias (141264)
Redação (3357)
Roteiro de Filme ou Novela (1065)
Teses / Monologos (2442)
Textos Jurídicos (1966)
Textos Religiosos/Sermões (6344)

 

LEGENDAS
( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )
( ! )- Texto com Comentários

 

Nossa Proposta
Nota Legal
Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
cronicas-->Jabuticabeira (*) -- 19/05/2007 - 21:04 (Benedito Pereira da Costa) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Jabuticabeira (*)


Prezada amiga:


Muito grato pela mensagem, que fala da reforma previdenciária e da comparação a uma jabuticabeira. Li-a com interesse, mas, de alguma forma, decepcionado.


Permita-me estas colocações, que são espontàneas e brotaram em decorrência do provável paradoxo.


Compração é um tropo de palavras; figura de retórica. Para comparar coisas desiguais: eloquência e poder de convencimento.


Normalmente, nas figuras de linguagem, procuram-se coisas semelhantes. Ex.: metáfora, "Iracema, a virgem dos lábios de mel" (José de Alencar). Logicamente, o romancista cearense (criador do anagrama que tirou de AMÉRICA) queria dizer: "os lábios da virgem eram tão doces, que se pareciam com um favo de mel."


Suponho haver abismo entre citação retroaludida e a do texto. Ressalvado o forçamento do orador, isso se explica: a jabuticabeira pode ter fruto azedo, maduro, verde, podre; ter vida curta, média, longa; requerer cuidado (adubo, sais minerais, água, sol, vento); produzir muito, pouco e ser até improdutiva.


A infelicidade entendo estar no domínio das figuras de estilo, que podem ser vistas em qualquer boa gramática. Ora, a reforma previdenciária deveria ser uma coisa vantajosa, salutar, desejável, aceita e benéfica. Então, melhor compará-la a algo indicutivelmente bom.


Ademais, se o dinheiro fosse motivador único, não haveria professores, nem maestros, nem violinistas, nem botànicos, nem uma infinidade de profissionais abnegados, que dedicam a vida aos estudos sem ganhar economicamente o que merecem.


Deus me livre do que, recebendo bem, faz qualquer coisa.


Quem sabe, os palestrantes motivacionais estejam precisando ouvir o professor Reynaldo Polito. Com certeza, aprenderiam muitas coisas: até fazer comprarações.



Por fim, não é de se espantar que o presidente Lula compare a reforma previdenciária a uma jabuticabeira.


Com a estima e o abraço do amigo,


Benedito


________
(*) Diogo Mainardi, "Um ponto de vista engraçado", Revista Veja de 1º/10/2003.

Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui