Quando se fala em miséria, dever-se-ia lembrar que ela é a responsável por levar os jovens à s sendas da perdição; é a miséria de amor e a falta de tempo dedicado à sua formação e educação. Adicione-se mais uma inumerável série de outros fatores, que contribuem para o agravamento do problema e teremos as condições ideais para o desenvolvimento da ação criminosa.
Mas, toda essa miséria de tempo é resultado da condição atual dos pais de classe média, para quem, todo o tempo é pouco, a fim de poderem conseguir sustentar uma família, dentro de padrões mínimos de dignidade, preceituados pela moderna sociedade de consumo. Essa pretensa dignidade que pensam poder estar oferecendo aos filhos, rouba-lhes o tempo que deveria estar sendo investido em convivência e em participação na solução das dúvidas, que assolam as mentes desses jovens.
É a propalada supremacia do Ter sobre o ser !
Esse estrago jamais será reparado pela redução da maioridade penal, não resta a menor dúvida, pois seria apenas um paliativo.
Porém, também é inconcebível, ouvir-se de pessoas responsáveis por esta área, que o ser humano, aos dezesseis anos de idade, não esteja plenamente formado, para poder ser responsabilizado pela totalidade de seus atos.
Declarações desse teor só vêm confirmar a imoralidade da capacitação para o exercício do voto, com essa mesma idade.