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cronicas-->"Caravana, ó!" -- 28/12/2000 - 18:22 (Maurício Cintrão) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O coadjuvante é um sujeito dedicado, trabalhador e até bonitinho. Mas não é o ator principal. É aquele cara que passa pelos piores apuros nos filmes de cowboy, mas, apesar de toda a paparicação, acaba ficando sem a mocinha no final do filme.

Ele também é mocinho, mas não é "aquele" mocinho de olhar perdido de quem enxerga além do horizonte. Esse olhar quem tem é o mocinho titular. O reserva olha o horizonte como qualquer outro que não seja bandido ou índio rebelde.

É incrível porque ele é correto, honesto, ético e nunca sacaneia o cowboy dono da posição. Mas sempre leva a pior. Ou termina morto, ou ganha um canto da cena final para ver o beijo do casal romàntico principal (com ela, justo com ela!), ou segue no fim do filme com alguma caravana rumo a um destino inexpressivo.

Pobre coadjuvante. Pode até ganhar Oscar, mas não está com essa bala toda. Piu-piu e revólver grande quem tem mesmo é o ator principal. Pode até não ser bem dotado, mas que parece que é, parece.

Quando era menino ninguém queria ser o assistente do delegado. Todo mundo era xerife, e de preferência o xerife John Wayne. Macho, bravo, bom de mira e sensível.

Algumas mulheres da minha geração até hoje esperam encontrar um John Wayne desses numa happy hour da vida. Muitos amigos ainda tentam interpretar o papel, mas vivem caindo do cavalo.

Hollywood fez dessas coisas com a gente. Bonzão mesmo é o cara que tem destaque no letreiro de abertura. Não importa se o segundo briga de soco e pontapé e não deixa o chapéu cair. As cenas mais vibrantes, o cavalo mais bonito e a mocinha (ah, a mocinha boazuda!), esses são do galã.

Pensando bem, os casamentos são parecidos com esses filmes de cowboy. Problema é quando duram muito e os roteiristas não têm talento para inovar as falas.

Os adoráveis galãs e mocinhas do princípio, vão envelhecendo, perdendo o charme, a paciência e, especialmente, o encantamento.

Viramos todos coadjuvantes de nós mesmos. E transformamos nosso dia-a-dia em um filme B, preto e branco, chato.

O problema é que nem sempre dá prá morrer com glória no final, ou assistir heroicamente ao beijo de outro na cena final, ou encontrar uma caravana que nos aceite. Ó, vida!

Maurício Cintrão
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