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cronicas-->Definições reticentes -- 26/12/2000 - 18:43 (Maurício Cintrão) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Nem isso, nem aquilo. É um estilo de ser em cima do muro. É como ser parcial e clamar por Justiça. Ser intelectual lendo orelhas de livros. Ser metido a briguento na frente do espelho. É ser macho que chora ou feminista com sutiã.

Situando no tempo abreviado das horas, está ali, onde a noite amanhece. Vem no lusco-fusco que colore os gatos pardos e denuncia os defeitos de maquiagem. É quando travesti deixa de ser mulher e mulher feia deixa de parecer travesti.

É o momento do café-com-leite bêbado na padaria, dos beijos assustados do "ai, perdi a hora!", e do entregador de jornal relaxado que já me quebrou três antúrios. É piscada de goleiro na hora da falta, é o nome da outra que escapa no sono (ou do outro que volta, volta, volta na insónia).

É carinho eletrónico em letras iguais para olhos diferentes, é tchauzinho de longe e eu não sei se é comigo, é previsão do tempo que acerta o sol mas erra a chuva, é o silêncio barulhento do velório da vítima. É o tiro perdido que encontra o destino, é o destino ignorado da origem do tiro.

É a vontade de ser diferente que acaba, é o elemento encontrado no acaso da química, é a química louca dos corpos em brasa dos amantes que amam pela última vez. É o tempo parado no velho relógio e o homem que espera cansado da espera. É o sorriso matreiro da vendedora de bala, é o medo da bala, da vendedora e do sorriso.

No fundo, não é nada, nem isso, nem aquilo.

Maurício Cintrão








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