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cronicas-->Brioches -- 29/05/2006 - 10:48 (Marcelino Rodriguez) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
AO SABOR DOS BRIOCHES

Marcelino Rodriguez

Enquanto vamos comendo os brioches que nos mandam, vez ou outra ainda deixo-me levar por divagações mais ou menos filosóficas, velha tendência de procurar melhorar o mundo , ou entende-lo. Por que sou assim? Por que não me conformo de dançar feliz o Axé da maioria? Porque fiquei um ano triste, sem contar a ninguém, depois que fiz a descoberta solitária de que o homem é mau mesmo? E que a coisa mais rara de encontrar no mundo é um coração bondoso? Há de tudo: belos, pedantes, pseudo-intelctuais, brilhantes, mágicos, adivinhos, críticos, mas uma pessoa boa, simplesmente boa, algo assim como Madre Tereza é muito difícil. Quase um milagre.
A crise moral pela qual passa o mundo deixa-me muitas vezes impotente e paralisado. Certo que a inteligência nunca foi meu forte; até hoje o que mais tenho de lição de casa foram os contos de fadas e os personagens da Disney. Lembro-me de Vovo Gepeto dizendo a Pinóquio para não mentir, senão o nariz crescia. Ali aprendi que mentir além de ser feio trazia uma deformidade.
Então fui lendo tudo e comecei a alimentar a galinha dos ovos de ouro, dar as botas ao gato, o beijo na princeza, fazer a boa ação do escoteiro. Enfim, eduquei-me rezando na cartilha do bem. Tolo que sou, nos contos de fadas e nas revistas em quadrinhos. Bom moço apoia o que é bom, compra a briga certa, busca o caminho do esforço, lê bastante pra ficar um jovem de valor.
Até que um dia me dei conta, não de vez é claro, mas a medida que ia sendo enganado, assaltado, surrupiado, sabotado, invejado, tripudiado, ignorado, que o mundo dos contos de fadas mente.
E que temos que pedir ajuda a Deus para livrar-nos dos homens e de mulheres. Que na verdade o homem que mente não cresce o nariz, mas a conta bancária. Que as princezas não querem perder o sapatinho e mostrar a delicadeza dos pés, mas logo todo o traseiro - segundo nos conta o mundo féerico da televisão.
Que ser delicado é ser esquisito; ser sutil é ser doido.
Meu Deus, por que cartilha rezei eu?
Por que eu tinha de ler Zéfiro as escondidas, se ele é que contava a verdade?
O mundo é uma grande sacanagem habitado por sacanas de todo tipo.
A sonhador estúpido, foste acreditar nos livros? Eis que teu castigo é falares o idioma extinto da extinta civilização que nunca houve. Ficarás para sempre ai, exatamente onde estás, na terra do nunca e de ninguém.

24.05.06

Publicado no site Sangue na Veia
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