Livro e filme injuriosos, caluniadores, difamadores, portanto blasfemos, estão sendo objetos de manifestações prós e contra, na mídia disponível para o cidadão. A corrente favorável ao "esplendoroso" filme e livro é tolerável, face a geral incultura religiosa, mas torna-se recriminável quando apela para o desrespeito e a incivilidade. Nesta breve exposição procurarei, ser claro e objetivo, mas não agressivo, evitando conflitos não recomendados pela moral cristã. Para facilitar o que pretendo dizer, vamos considerar Jesus e Madalena como simples pessoas que viveram nos primórdios desta Era. Não são personagens fictícios, pois são descritos nos Santos Evangelhos, Jesus como filho de Deus e Maria Madalena como pecadora arrependida, que vem a seguir o Mestre e sua doutrina. Os Evangelhos são escritos autênticos, têm autores definidos e a veracidade dos mesmos é incontestavelmente comprovada. Jesus e Maria Madalena, portanto,existiram realmente.
Se existiram, como pode, XXI séculos depois, escritor leviano inventar calunias, difamações e injúrias sobre pessoas mortas, impossibilitadas de se defenderem? A vida de Jesus e Madalena não pode ser desrespeitada com fatos novos reconhecidamente fictícios, pois se trata de romance do escritor Dan Brown. O problema é que tais fatos fictícios, plenos de sensacionalismo, afrontam a perfeição e a dignidade de Jesus, Filho de Deus, assim adorado pelos bilhões de cristãos do orbe terrestre. Casar é sacramento da Igreja e ter filhos é próprio do matrimónio, mas se dos santos evangelhos não consta tal afirmação sobre Jesus e Madalena, a invencionice desse autor ou seja de quem lá for, é blasfema pois inculca imperfeição, omissão ou mentira de Jesus, o que é impossível de ser concebido Nele, que é o próprio Deus, segunda pessoa da Santíssima Trindade. Chega-nos da índia notícia que associação católica (CSF) propõe aos católicos greve de fome por tempo indeterminado em protesto pela exibição do filme dilapidador. E a notícia vai além, oferecendo prêmio em dinheiro pela captura do escritor Dan Brown vivo ou morto. O ministro da Presidência das Filipinas, Eduardo Ermida, também considera o filme blasfemo e entende que deve ser proibido. (Conferir Estadão de 11/5/06, caderno 2). Será exaustivo, talvez inócuo, ante a avassaladora descrença dos materialistas e agnósticos que nos envolve, polemizar sobre eventuais teses que possam ser apresentadas, dignas de se encaixarem nos evangelhos apócrifos, todos rejeitados pela Santa Madre Igreja.
Jesus e Maria Madalena não podem se defender. Mas, nós cristãos, que professamos a religião que Jesus criou, precisamos fazer alguma coisa em defesa do Mestre e daquela que se tornou santa. Sugiro que os cristãos boicotem o livro e o filme, não enriquecendo ainda mais os energúmenos dilapidadores da fé cristã. Será oportuno, também, sentir a força do cristianismo, constatando ainda, até que ponto predominam os adeptos do agnosticismo, do indiferentismo, do muralismo.