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cronicas-->Concurso -- 10/05/2006 - 13:10 (Nezinho Costa) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

O Ónibus passou no horário. Tomei-o célere, embora fosse o único passageiro a ter que passar pela roleta naquele ponto.
O cobrador não estava no seu lugar. Passei a roleta desequilibradamente, ante a arrancada do ónibus. Chovia. A minha capa de chuva pingava no assoalho do ónibus e minha roupa estava úmida.
Eu estava tenso. O concurso, as provas, começaria às 9 horas e faltavam apenas 10 minutos. Não havia encontrado outro meio de transporte compatível com o dinheiro da carteira, e por isso arriscara o ónibus.
O cobrador estava tranquilamente sentado na cadeira de passageiro imediata à sua, e lia um jornal, cheguei até ele e encarei-o.
Ele ergueu as vistas do jornal, com calma, e fixando-as em mim disse: "Bom dia!".
Não respondi. Entreguei-lhe uma nota de 10 reais para cobrar a passagem. Ele falou algo, que não entendi, e voltou-se à leitura do seu Jornal.
Alguns pontos, novos passageiros, e ele atendeu a todos ali, lendo o seu jornal. Eu o observava.
A menos de cem metros do ponto onde eu desceria, ele dobrou o jornal, calmamente, e perguntou-me: "Em qual ponto você vai descer?" Respondi-lhe prazerosa e sadicamente: "no próximo?".
Ele ergueu-se num salto e rebuscou sua bolsa atrás de troco para mim.
O ónibus parou no ponto e os passageiros começaram a descer. Ele deu-me parte do troco. Seu nervosismo era aparente.
O motorista fechou a porta do ónibus e arrancou. Eu gritei-lhe: "Peraí, motó!". Ele brecou e reabriu a porta. O restante do troco apareceu, em moedas, numa mão trêmula. Agradeci e desci, para a chuva.
Perdi o horário das provas.
Perdi o Concurso.
Voltei a pé.
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