Há por estas regiões um jargão popular que bem define as atividades do povo interiorano ou mesmo dos que, em zonas litoràneas, da mesma forma - qualquer forma é modo ou maneira de sobreviver numa cultura de pobreza e dificuldades -, levam uma vida entediante e sem perspectivas de melhora. Pois que durante o dia eles trabalham, e à noite... Como se diz por aí - "de dia na agricultura, e à noite na criatura".
Uma estrada qualquer pode levar, um que alguma paz almeja, a qualquer um desses lugares. Lá podemos ostentar toda a pobreza de espírito e esnobar a população ribeirinha, sertaneja ou praiana, ou serrana - quanto lugar há para se esnobar -, guiando uma dessas pickups importadas enchendo de poeira as narinas dos outros, e, ao final, encontrarmos a tão sonhada paz.
Mas deixemos de lado a hipocrisia, e abordemos a paz e suas faces.
Lá onde o céu e o mar se encontram eu deveria estar; de lá eu contemplaria e alto éter e cá onde estou. Como um Deus - embora nada pudesse fazer, como um Deus não o deveria -, saberia o que estariam fazendo, já é noitinha.
Como será que se faz neste mundo tão distante? Como serão os sussurros... Será que é dito aos ouvidos o que se pode ser dito, se é que dizem algo? O fato é que, o que estão fazendo, é melhor do que se estivessem construindo bombas atómicas.
O silêncio nos revela a outra face. E se nos apresenta a outra face, estão fazendo a mesma coisa -a bomba mata crianças, e eles estão gerando filhos, crianças, para a morte.