Finda-se a quaresma, o laborioso tempo em que nos dedicamos com mais afinco à s atividades do dia a dia, cientes de que a vida terrena não é delicioso "far niente", objetivando apenas frequentar praias, praticar esportes e assistir tevê. Estamos aqui num campo de provas que eventualmente pode se assemelhar a uma gincana, quando somos encarregados de executar certas tarefas ou suportar incríveis ou indesejáveis situações. Temos de nos recolher em profunda humildade, deprecando ao nosso Deus e Senhor absoluto que leve em conta a lamentável fraqueza de que somos possuídos e nos poupe das piores agruras e sofrimentos. As cotidianas obrigações encaradas com otimismo e espírito de oração chegam a nos satisfazer plenamente, a ponto de entendermos as razões de viver.
As razões de viver, ao menos para mim, afloram constantemente em meu pensamento, porque vejo a correria da vida de todo mundo, cada um atrás daquilo pelo qual denota paixão: dinheiro, prazeres, esportes, subdivididos em suas multifárias ramificações e demais itens possíveis e imagináveis. Nessa diuturna labuta ocorrem episódios das mais estranhas e inesperadas situações, geralmente exploradas pelos dramaturgos , comediantes e repórteres de todos os tempos. E nós simples expectadores, muitas vezes também participamos de acontecimentos que viram drama, comédia ou noticiário, ao menos para o círculo dos nossos relacionamentos. Afinal, para que tudo isso, se ao final a figura da morte nos amedronta, mesmo sem a foice e a caveira?
Ai, como por encanto, examinado calendários, percebemos que é novamente chegada a festa da Páscoa e da ressurreição de Jesus. Como se fóssemos despertos agressivamente,com balde de água fria, surge em nossa frente a magnífica figura do Mestre. Aquele que andou pelos confins da Galiléia, curando paralíticos e aleijados, cegos, surdos e mudos, ressuscitando mortos, andando sobre as ondas e maravilhando toda a humanidade com seus poderes divinos. E esse Homem-Deus, falou, pregou, exortou, convidando-nos a participar do seu Reino. Esse Reino que não é deste mundo, mas nele apenas começa, somente será encontrado depois da morte, o temível acontecimento inexorável e que todos pensam em adiar ao máximo, porque os prospectos da vida eterna são editados em terceira dimensão, cujos óculos para a devida focalização não nos são fornecidos, para nos exigir grande demonstração de fé. Deparamo-nos então com o Domingo de Ramos, quando Jesus montado em pequeno jumento é ovacionado pelo povo como verdadeiro rei. Segue a Quinta-feira Santa, que relembra a ceia do Senhor com os apóstolos e onde Jesus institui a eucaristia como sacramento de vida e salvação. A Sexta-feira Santa comemora o supremo holocausto do Filho de Deus para redimir a humanidade. Seguem-se as trevas,o Sábado Santo e finalmente o Domingo de Páscoa ou da Ressurreição, com toda a grandiloquência do seu significado. Se Cristo ressuscitou, nós, como seus discípulos e seguidores, também ressuscitaremos, vencendo a morte e sendo felizes para sempre.
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