Tudo pedia um dia igual, dominical...
apesar de bem lá no dentrinho houvesse
nervoso miudinho...
depois de umas boas braçadas,
cortar o miserável stress,
muito serenamente recuei
e pus-me em posição de estrada,
sem contar sem nada,
minha porta foi delapidada,
vidraria quebrada...
tudo muito calmo,
declaração amigável,
segurado estável,
depois do desemprego
que a todos provoca medo,
meio-dia em Portugal,
não está mal, nada mal...
apenas o carro e arranhões,
questão de tempo...
depois foi o desalento...
mistura de pequenez e cansaço
afinal qual a razão de tanto estalhardaço?
Somos mortais...
num segundo ficamos postais,
números entre os demais,
ou visita nos hospitais,
aguardando outra hora...
vida de tretas,
uns mãos largas, outros forretas...
e agora?
Esperar...
entretanto escrevinho para acalmar-me,
apesar de já nem saber o que é café,
pois é,
cuido-me para morrer saudável,
assim, tudo muito amigável!
Acidentes meus que poderiam também ser teus...
