Assustado, o corpo todo estremece, está atento,
quieto e quase imóvel acompanha tudo...
com o olhar de quem não sabe como fugir.
Um menino sozinho apenas, coração apertado,
olhos abertos, ora fechados, querendo compreender
embala nos braços o brinquedo como a pedir proteção.
Sentado ele espera que o temporal passe, ou o medo?
Ainda não sabe que se ouve o som não há perigo,
e a cada estrondo novo sobressalto, mais terror,
novo medo, o pavor se espalha pelo olhar.
De repente não mais menino, e ainda o medo
outro brinquedo nos braços apertados.
De repente ele levanta os olhos e sorri
esquece o aparelho no banco e se ergue
ela surge e o observa calma, sorridente,
cheia de paz, cheia de atenção, de amor.
Seu anjo chegou, todo em luz, e sabedoria
abre os braços e o acolhe, trêmulo, ansioso.
Quase em desespero ela o abraça,
agora não mais menino, mas ainda com medo
medo do elemento natural que não domina.
O homem ainda abriga o menino,
a mulher hoje abriga o homem-menino
agora na busca de entender seu medo
só, apenas ali, naqueles braços.
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