Lavei minh alma
Uma lágrima rolou-me pela face ainda pouco
Chorei, em prantos derramei minha mágoa, lavei minh alma.
Chorei e ri ao mesmo tempo, numa sinfonia inconstante de dor e inconsciência.
Senti frio e calor, arrepios constantes e soluços interrompiam meu raciocínio.
Parti d eu mesma por instantes e nesses instantes sofri baixinho
Lágrimas fizeram companhia a minha dor.
Queria um colo para chorar, protegida, mas foge de mim qualquer consolo.
Abandono, sinto-me perdida em meus próprios conflitos e batalhas.
São minhas mãos que correm sem destino, e em círculos manuseio meu sol
A noite que entra pelo quarto traz a lembrança da tua partida.
A lua se esconde também.
E pelo zelo do meu amor que este não tenho, choro.
Chorar e rir, quem riu?
Riu, talvez quem não sentiu, não viveu e não amou.
Eu ri, mas foi de mim mesma, pois sou assim, quando triste choro baixinho e no meio do choro dou risada e logo choro mais um bocado de dor.
Escrevia em mágoas palavras, ouço uma música, tocada só pra mim...
Vejo cada verso dessa música, cada descrição, enxergo-os em símbolos, gestos.
As lágrimas insistem em aflorar no meu jardim morto
Nas sombras de meus olhos perdidos estão o breu da ausência.
Na taça de vinho tinto, está o sabor do vazio.
Embriago-me na distància de nossos corpos e na incerteza de meus fados.
Erika Viana
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