A sedução e o namoro tomaram conta deste segundo turno das eleições. Mas, como estamos em tempos modernos, em tempos de liberdade sexual absoluta, não se fala em casamento; acenas, em "ficar", para usar expressão criada pela nossa juventude.
Ficar, curiosamente, no sentido exatamente oposto: não ficar. Pelo menos, até que a morte os separem. Ou ficar, no sentido de eternamente, enquanto o amor durar, evidentemente; como dizia o nosso saudoso poeta Vinícius de Moraes. Ou, finalmente, e melhor dizendo: ficar por algumas horas; por alguns dias, no máximo.
No caso do Município de São Paulo, o ficar, tudo indica, não durará mais do que um mês, se tanto. Principalmente, no caso do namoro - que já está dando o que falar - , do PT com o PP; ou seja, do ex-prefeito Paulo Maluf, com a atual candidata à reeleição, Marta Suplicy.
A Marta já disse com todas as letras que aceita o namoro. Todavia, impõe condições: não quer saber de muita intimidade. Nada de subir no palanque. O casamento, se vier a acontecer, será com separação de bens. E sob sigilo de Justiça. Votos, em separado. Será uma espécie de golpe do baú parcial. Onde o baú, nesse caso, fará as vezes das urnas.
E tem mais: não haverá lua-de-mel em ilhas ou paraísos de qualquer espécie. O Havaí, como diz a canção, ficará aqui mesmo, no Brasil. Suíça e França, nem pensar!
O pretendente terá que se conformar em dormir no sofá da sala. Tempos modernos. Novos significados: dormir, também, no sentido de ficar.
Logo depois do resultado das eleições, seja ele qual for, o parceiro escolhido terá que esquecer o casamento. E não poderá, sequer, apelar para a recontagem de votos. Ou dizer que foi mais uma armação política contra ele.