O fundamental mandamento cristão do amai-vos uns aos outros como eu vos amei, infelizmente não é praticado pela maioria, razão pela qual os problemas pessoais, da nação e do mundo se encontram sempre na expectativa de melhora que jamais aparece. O que afirmamos pode dar a impressão de reprise de filme antigo, o acostumado repeteco ou vídeo tape, porém, na verdade, trata-se de enfoque sob àngulo diverso, perspectivas ou facetas usualmente inobserváveis.
Perdoem-me, se eventualmente uso linguagem gongórica, mas nosso idioma sendo tão rico , não dá para - vez ou outra -, deixar de abusar de palavras que achamos belas ou expressivas. Quer-me parecer que, se o ápice cristão atingido na Idade Média evoluisse, permanecendo dentro da ortodoxia cristã católica, o amor estaria predominando e a lamúria dos humanos seria insignificante.
Mas, ocorreu o Renascimento, a Reforma, a Revolução Francesa e com a eclosão de filosofias terríveis e destruidoras (culminando com o nazismo e o comunismo) a civilização contemporànea desembocou nesse oceano vulcànico e proceloso. De repente, constatamos a importància do amor. Esquecemo-nos, porém, da regra evangélica máxima de amar ao próximo como a nós mesmos. Na verdade, estamos cumprindo esse preceito de forma negativa: como o próximo não nos ajuda, não nos presta favores, não facilita a nossa vida, nós também retribuimos com a mesma moeda e até deparamos com frequência com aqueles dizeres ante cristãos: Deus te dê em dobro aquilo que me desejares.
Aquele comerciante que não agrada o freguês, ignora o sorriso e as boas maneiras, pode não só perde-lo, mas o ter como não propagandista do negócio dele. Vivemos num mundo de desamor. Ninguém ajudando ninguém. E o mandamento divino do perdão e do amai-vos uns aos outros como é que fica?
Falta o amor sobra o desamor. Enquanto o homem não bater no peito, reconhecendo os seus pecados, e não cumprir realmente o mandamento do amor, teremos de nos conformar com as abundantes asperezas da vida.