A vida sempre será um bem supremo, a despeito das duras aprendizagens e situações, que o enfrentar cotidiano vai nos sugerindo. Nem a maturidade, tampouco o conhecimento, isenta-nos do encontro com a dor ou exime-nos da sensação de abrigar em nossas mãos todas as interrogações, quando decidimos ser mais que meros contempladores do escrever da nossa história.
A vida nem sempre é regato, nem desliza placidamente sobre águas tranquilas. É fluxo, água de correr, processo e transitoriedade, e como tal, nos põe de frente com a nossa precariedade e impermanência. A vida é o imprevisível, o inesperado, o enigma que nos fita, o caminho por fazer.
Viver é também conquistar o tempo, tendo como aliado o constante indagar, sabendo que estaremos sempre a nos deparar com os nossos assombros, medos, dúvidas e perplexidades.
Não podemos nunca esquecer que é o nosso olhar que confere e dá forma ao nosso entorno, porque sempre seremos o resultado das nossas opções, algumas profundas e até insondáveis. Está em nossas mãos, o passaporte que nos afiança a passagem para o mundo do crescimento e do aperfeiçoamento do ser. Somente a coragem de caminhar por esta estrada infinita da transformação é que pode nos conduzir a nossa verdade interior. Somos a um só tempo, nossa prisão e redenção.
Viver é sobretudo não abdicar da ternura, garantindo permanente espaço em nosso olhar para o sonho.
