Sem entusiasmo a vida se torna monótona e pode chegar a ser deprimente. Por isso, temos de fazer esforços para conseguir nos libertar das mazelas, dos aborrecimentos, enfim, de tudo que pode nos emperrar e fazer com que a gente caia numa choradeira, em lástimas enervantes e inócuas, que apenas servem para nos deixar ainda mais infelizes. O problema é que todos têm problemas e então, só quem dispuser de muita força interior conseguirá superá-los.
Daí a vantagem de quem pratica o Cristianismo porque , nos seus preceitos e ensinamentos, tudo que é necessário para elevar o espírito nele é encontrado. Vejam, como é verdadeiro o que estou a escrever. Há pouco, em simples leitura dos salmos de Davi li essas confortadoras palavras : " Bem-aventurado o homem que teme o Senhor e que põe as suas delícias em cumprir os seus mandamentos. Poderosa será a sua posteridade sobre a terra, bendita será a geração dos justos. Há glória e riqueza na sua casa e a sua justiça permanece por todos os séculos" (Salmo CXI, Felicidade do justo). O salmo ainda continua entusiasmando quem pratica o bem. E as orações, os sacramentos não constituem também outros estímulos, outras fontes de energia?
No dia a dia repetitivo, à s vezes fatigante, precisamos criar uma "política" saudável, que não desgaste o otimismo de vencer todos os obstáculos e de ser em tudo bem sucedido. Pequenos detalhes - que na verdade podem ser grandes trunfos -, devem prevalecer, para não tumultuar ou toldar as boas disposições. O sim e o não, que temos o arbítrio de pronunciar, ao serem utilizados, devem ser sopesados com sabedoria e aplicados com decisão inflexível. Dizer sim em tudo que traz felicidade para si e para o próximo é muito conveniente. Naturalmente a pessoa terá de instruir-se adequadamente e conhecer, ao menos, os preceitos éticos catalogados no direito positivo e natural para se sair sempre bem. Exemplificando para maior compreensão (com frequência, a comodidade, o egoísmo nos impelem a dizer não) : não iremos à quela reunião porque o horário não nos agrada; não ajudaremos aquela campanha porque os seus organizadores são chatos; não leio o que fulano escreve porque é muito pedante; não gosto daquele sujeito porque gosta de aparecer, porque inventa as coisas, porque é cheio dos trique-triques etc., etc. Às vezes , porém, optar pelo não é absolutamente necessário porque o sim significaria consentir no erro, no pecado. O que pretendo dizer, afinal, é que aprendamos usar adequadamente o não e o sim.
Preparados para saber usar o sim e o não, na execução das atividades cotidianas, jamais devemos perder o entusiasmo, inobstante não sejam - essas atividades- do nosso total agrado. Em assim procedendo, mantendo o espírito cristão e protegidos pela unção divina, alegria e ventura serão uma constante em nossas vidas.
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