Mulher é bicho esquisito, diz uma letra da Rita Lee.
Enquanto os meninos ainda jogam peladas (não confundir "com as peladas"), as meninas já andam as voltas com a primeira menstruação ou a tal menarca, passaporte para a procriação, portanto biologicamente já são mulheres. No meu tempo de menina-moça, para usar uma expressão que os filhos adolescentes abominam, menina que se prezasse tinha que ser recatada, sem, no entanto deixar de ser sensual e feminina, se arranjasse namorado para casar, tivesse de preferência um " valor agregado": não ter tido experiência sexual anterior.
Aliás, vejo com um pouco de tristeza a forma com que muitas meninas hoje tratam o seu corpo. Muito mais cuidados com o estético e muito menos com o ético. Afinal sem puritanismo, nosso corpo é um templo de vida, e acho que vulgaridade não pode estar na moda, nem na moda do corpo e muito menos da cabeça. Isto vale para os meninos também.
E só aí já se vão três crises femininas, para começo de assunto. Depois, como era e ainda é na maioria dos casos, natural que se case e venham os filhos: barrigão, enjóos, parto, amamentação e limpar bundinha. Mais no mínimo três ou quatro grandes desafios.
Agora, como para os homens, também nos cobramos sucesso profissional. Quando encaminhamos os filhos, ou chegado aquele momento que trocamos as preocupações imediatas como alimentação, escola básica, dor de barriga etc, por intermináveis noites de espera do retorno das "festas" juvenis, então nos aparece esta tal menopausa. Eta joguinho de cintura do tal bicho mulher.
Atribui-se a este manancial de acontecimentos naturais, ou o que chamamos de universo feminino, os grandes diferenciais de comportamento e atitude das mulheres frente a vida. Não somos melhores ou piores que o gênero masculino, somos diferentes e hoje o feminismo não queima mais sutiãs, nem faz passeata, faz sim uma revolução mais silenciosa e pede respeito nas diferenças. Assim que, queremos também um novo homem: não precisa necessariamente lavar louça, trocar pneu e nem é obrigatório saber dirigir, mas cavalheirismo e respeito são muito bem vindos.
Em troca, prometemos continuar convivendo com mais crises que o masculino, mas prometemos usar lingerie, gostar de flores, namorar, e até discutir futebol, porque não?